Bitcoin consome metade da energia usada pelo sistema bancário, aponta pesquisa
Dados vieram à tona após CEO da Tesla, Elon Musk, falar em gasto elevado de energia com a criptomoeda
Na última semana, o bilionário CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou que a empresa estava suspendendo os pagamentos em bitcoin que o site aceitava nos Estados Unidos há algumas semanas devido ao alto consumo de energia do bitcoin e o assunto voltou a ser destaque.
Uma pesquisa divulgada na sexta-feira, 14, trouxe dados que mostram que o consumo anual de eletricidade do bitcoin fica em 113,89 terawatts por hora. Isso inclui a energia para a demanda do minerador, o consumo de energia do minerador, consumo de energia de pool e consumo de energia de nó. O resultado representa a metade do total de energia consumida pelo sistema bancário e pela indústria do ouro atualmente.
Com o título de “Sobre o consumo de energia do Bitcoin: uma abordagem quantitativa para uma questão subjetiva”, a pesquisa foi realizada pela Galaxy Digital Mining, empresa de criptomoeda de Michael Novogratz, que forneceu acesso de código aberto à metodologia e aos cálculos.
A empresa explicou que, enquanto os dados de consumo de energia do bitcoin oferecem liquidação final, deixando-os transparentes e fáceis de rastrear em tempo real, com ferramentas como o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption, o setor bancário não informa diretamente os dados de consumo de eletricidade e o sistema bancário de varejo e comercial exige várias camadas de liquidação.
A energia no mercado
Com isso, a pesquisa estimou que o uso de energia por centros de dados bancários, agências bancárias, caixas eletrônicos e centros de dados de redes de cartões, chegaria ao total anual de energia de 263,72 TWh globalmente.
O cálculo de energia da indústria do ouro foi feito com base em estimativas para as emissões totais de gases de efeito estufa da indústria fornecidas no relatório do World Gold Council (Ouro e mudanças climáticas: impactos atuais e futuros) e a pesquisa chegou ao resultado de que o ouro utiliza cerca de 240,61 TWh por ano.
“Essas estimativas podem excluir as principais fontes de uso de energia e emissões que são efeitos de segunda ordem da indústria do ouro, como a energia e a intensidade do carbono dos pneus usados nas minas de ouro”, avaliou a pesquisa.
Após a fala de Musk e a suspensão das transações em bitcoin na Tesla, os mercados de criptoativos perderam mais de US$ 500 bilhões, com o bitcoin chegando a cair para menos de US$ 43 mil pela primeira vez desde o início de fevereiro. O bilionário foi bastante criticado pelo uso de energia da SpaceX, empresa de sua propriedade.