Atacante do Toronto FC diz receber salário em bitcoin

Ifunanyachi Achara, um atacante do Toronto FC, declarou recentemente que está recebendo parte do seu salário em bitcoin. O atleta de 23 anos, que atua na Major League Soccer (MLS), nos Estados Unidos, há cinco anos, contou que mantém cadastro desde fevereiro no Bitwag, que realiza o serviço de câmbio terceirizado. 

O jogador se junta a um dos poucos atletas profissionais a defender publicamente salários na criptomoeda, assim como Sean Culkin e Russel Okung. Achara justificou-se dizendo que acredita que o bitcoin é uma proteção contra a inflação, principalmente em seu país de origem, a Nigéria, onde a inflação anual da naira nigeriana atingiu a maior alta em quatro anos, acima de 18%. 

“A taxa de inflação está nos matando. Quanto mais os EUA imprimem dinheiro durante a covid para ajudar as pessoas, mais desvaloriza nossa moeda. Então, minha família, quando mando dinheiro para eles, mando bitcoin”, revelou o jogador. 

Jogador recebe em Bitcoin

A natureza descentralizada do bitcoin permite que usuários evitem altas taxas de transferência eletrônica transfronteiriça e é um recurso usado por vários estrangeiros que costumam enviar dinheiro para casa. Achara disse que o envio em bitcoin também lhe permitiu contornar um bloqueio monetário, já que o governo nigeriano fecha as contas bancárias de cidadãos privados.

“Se eu quisesse enviar dinheiro para meus pais saírem de um estado que me parecia realmente violento, não poderia. Não pude mandar dinheiro para o banco. Foi apenas por meio do Bitcoin que consegui enviar dinheiro para minha família com mais facilidade, eficiência e rapidez”, contou.

De acordo com a Bloomberg, muitos nigerianos têm usado moeda estrangeira para armazenar seus recursos, mas Achara orientou a família a fazer isso usando bitcoin e trocando ocasionalmente por moeda local. 

O principal risco, no entanto, é que o banco central da Nigéria estaria supostamente fechando contas bancárias de criptomoedas.

Para Bitwage, Achara é o primeiro atleta profissional da empresa, embora o CEO, Jonathan Chester, tenha dito que a empresa está “conversando com outros atletas, músicos e influenciadores famosos”.

“Temos ajudado as pessoas a serem pagas em bitcoin por sete anos, mas este é o primeiro ano em que realmente começamos a ver a folha de pagamento de bitcoin crescer nos principais mercados”, explicou o CEO.