Após fechar maio com pior resultado bitcoin ganha fôlego no longo prazo

Previsão para recuperação é explicada pelo afastamento de investidores institucionais da criptomoeda após queda de 19 de maio

Após encerrar o mês de maio com desvalorização de 37%, pior resultado para um mês dos últimos cinco anos, o bitcoin deverá fixar seu preço entre US$ 24 mil e US$ 36 mil no médio prazo, na avaliação Nikolaos Panigirtzoglou, analista e especialista em bitcoin do JPMorgan, a gigante global de serviços financeiros. Assim como muitos outros analistas que olham de perto o mercado de criptomoedas, Panigirtzoglou diz que o valor da criptomoeda continuará em queda, no curto prazo, olhando para os índices de volatilidade do bitcoin em relação ao ouro, segundo ele.

“O valor justo para o bitcoin com base em uma taxa de volatilidade de bitcoin para ouro de cerca de x4 seria 1/4 de $ 145k ou $ 36k. O valor justo para bitcoin com base na taxa de volatilidade atual de bitcoin para ouro de cerca de x6 seria 1/6 de $ 145k ou $ 24k. Vemos, portanto, uma faixa de valor justo de US$ 24 mil a US$ 36 mil no médio prazo”, diz o especialista do JPMorgan, em nota de pesquisa divulgada entre seus clientes.

Valorização do Bitcoin pode levar a preço de US$ 145 mil

Panigirtzoglou também conta que o JPMorgan ainda acredita em uma marca de preço de US$ 145 mil para o bitcoin a longo prazo, “assumindo uma convergência da volatilidade do bitcoin para a do ouro e uma equalização das alocações de bitcoin para o ouro nas carteiras de investidores”.

“US$ 145 mil é o preço do bitcoin que o igualaria aos investimentos do setor privado em ouro para fins de investimento de cerca de $ 2.7tr no momento. Desnecessário dizer que a convergência ou equalização total das volatilidades ou alocações é improvável no futuro previsível. O sinal de longo prazo continua problemático, pois ainda não foi vendido. Ainda levaria quedas de preços para o nível de $ 26k antes que o impulso de longo prazo sinalizasse capitulação”, explicou na análise. 

Panigirtzoglou observa que os investidores institucionais estão relutantes em voltar a comprar a criptomoeda depois da grande queda de 19 de maio.  “Observamos que o mero aumento da volatilidade, especialmente em relação ao ouro, é um impedimento para uma maior adoção institucional, pois reduz a atratividade de ouro digital versus ouro tradicional em portfólios institucionais ”, afirmou. 

Sendo negociado por pouco mais de US$ 35,8 mil, o bitcoin apresenta queda de pouco mais de 7% nos últimos sete dias, de acordo com o CoinGecko. Na semana anterior, a criptomoeda chegou a quebrar a barreira dos US$ 40 mil pela primeira vez após o crash recente. Mas apenas por algumas horas, antes de voltar a ser negociado na casa dos US$ 39 mil.

Movimento de queda já estava no radar

Para o diretor de ativos digitais do banco de investimentos BTG Pactual, André Portilho, o movimento de queda no preço do bitcoin era esperado devido aos meses consecutivos de alta. “O mercado veio em uma sequência de alta muito forte desde abril do ano passado, estava muito alavancado. Um fluxo de notícias com um viés negativo durante as últimas semanas de maio levou o mercado a uma correção, potencializada pelo acionamento de stops e liquidações de grandes posições. Movimentos como esse são normais quando o mercado está muito alavancado”,  disse Portilho, ao DCI.
O analista, no entanto, destaca que o potencial do bitcoin como ativo continua sendo avaliado sob a perspectiva de longo prazo. “Durante toda a queda, observamos grandes compras de investidores institucionais, reafirmando o interesse nessa classe de ativos. Como qualquer tecnologia nova, o importante neste mercado é focar nas possibilidades no longo prazo”, destacou.
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