Em cenário incerto, confira um panorama para as ações da CVC
Papéis da empresa sofreram em 2020 com pandemia, investigação de fraudes e mudança de presidência.
Recuperação da atividade econômica e vacinação em massa tende a ser catalizador para as ações, que podem valorizar no longo prazo.
A pandemia de coronavírus trouxe mudanças gigantescas para os mais diversos setores da economia. Entre eles, o de viagens e turismo. Em um contexto de isolamento social, as operadoras de viagens praticamente pararam em 2020 e agora aguardam definições e novas mudanças nos rumos para voltar com mais força. Com tudo isso, o que entender a respeito e o que esperar das ações da CVC (CVCB3)?
Primeiramente, vamos a uma explicação sobre a empresa. A CVC é a maior operadora e rede de varejo de turismo do Brasil e das Américas. Isso em termos de valor de reserva contratada, passageiros embarcados, pacotes de turismo vendidos e número de lojas físicas. Fundada em 1972, atua em todos os estados do Brasil e no Distrito Federal por meio de lojas exclusivas, próprias e franqueadas e/ou agentes distribuidores. A Empresa também possui parceiros credenciados, além de uma plataforma de distribuição online.
2020 foi ano turbulento e afetou ações da CVC
Apesar da força que a empresa tem no mercado, ela sofreu enormemente os impactos da pandemia de coronavírus em 2020. Com isso, a recuperação da atividade econômica será um catalisador para as ações da CVC. O foco maior está na vacinação em massa e a solução sobre o descompasso da oferta e demanda por vacina no Brasil.
Além da pandemia, a CVC também sofreu com uma investigação de fraude contábil e mudança na presidência. “Leonel Andrade, o novo CEO, assumiu em abril de 2020, no auge do pior mês para o setor do turismo nesta pandemia. A CVC também teve que fazer ajustes contábeis nos balanços de 2018/2019, cuja divulgação foi postergada devido à descoberta de irregularidades em demonstrações financeiras de anos anteriores. Mas temos visto esforços para recolocar a companhia na trajetória de recuperação com visão de futuro”, explica Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
O especialista acredita em uma recuperação lenta das ações da CVC com o movimento de reabertura das economias, com desafios e competitividade aumentando ao longo de 2021. “Um ponto importante vem do volume do mercado corporativo, que são os grandes eventos, feiras e exposições, o que só deve acontecer no final do ano que vem.”
Retomada dos níveis de 2019 em 2022
Para o analista da Terra Investimentos, a retomada do patamar de vendas de 2019 deve se dar apenas no final de 2022 para a CVC. Ele explica que a empresa vem passando por movimentos de reestruturação, pela digitalização total dos processos, reformulação da equipe, contratação de 34 executivos nos últimos quatro meses e redução no número de lojas físicas. Além disso, em novembro, a CVC anunciou um programa de reestruturação de dívida de R $1,5 bilhão. “Além disso, tivemos também o aumento de capital em setembro, no valor de R $301,7 milhões com a emissão de 23.500.000 ações.”, explica Chinchila.
A grande aposta para a CVC, de acordo com Chinchila, está no mercado doméstico. “A retomada deve favorecer a empresa, pois continua sendo umas das maiores do Brasil. Por outro lado, o volume de lazer internacional tardará um pouco mais a voltar, e só deve retomar em níveis consideráveis em 2022”, explica. A Terra Investimentos acredita em preço estimado entre R$ 27 e R$ 30 para 12 meses. Para se ter ideia, na última quarta-feira, dia 17, as ações da CVC fecharam em R$ 19,50.