Dólar é investimento? Saiba como comprar dólar para aproveitar a alta
O dólar já acumula alta de 42% no ano frente ao Real brasileiro. Por isso, muitos se questionam se ainda vale a pena comprar a moeda norte-americana.
Primeiramente é preciso entender que essa alta do dólar é, na verdade, uma desvalorização da nossa moeda local. Ao comprar dólar, o brasileiro está vendendo Reais. Se compararmos o dólar com uma cesta de moedas globais incluindo Euro, Ienes e Libras Esterlinas, a moeda norte-americana perdeu cerca de 3% este ano.
De qualquer maneira, para o brasileiro o impacto é o mesmo, a perda do poder de compra. Mesmo que o produto ou serviço não seja importado, sobe o custo do aço, da energia elétrica, do combustível, e dos alimentos. Ou seja, não há escapatória, para nós, a moeda mais fraca acaba gerando inflação.
Como é calculada a cotação do dólar?
Na teoria existe um livre mercado, formado por compradores e vendedores. A negociação ocorre tanto no mercado de balcão, quanto em contratos futuros em bolsa de valores. No entanto, o poder dos grandes bancos é grande, assim como o governo.
No caso das grandes empresas, há os exportadores, que recebem dólares e desejam transformar isto em Reais, e do outro lado importadores, ou quem busca realizar remessas. Do mesmo modo,as empresas que possuem dívida no exterior, precisam regularmente realizar compras de dólares.
Em suma, existe uma livre negociação, que inclui também as pessoas físicas e fundos de investimento. Deve-se considerar que há movimentos de força ou fraqueza da divisa norte-americana com os demais países, e isso acaba impactando o mercado doméstico.
Dólar é investimento?
De acordo com a teoria econômica tradicional, só pode ser considerado investimento algo que tenha uma expectativa de retorno. Neste sentido, o dólar não é tido como um investimento, embora seja utilizado desta forma por pessoas, empresas, e o próprio governo.
Na realidade, as aplicações em dólar, especialmente para brasileiros, são uma proteção contra a desvalorização da moeda local. Contudo, é possível investir também em ativos cotados em dólar, e desta maneira ganhar de ambas as formas. Primeiramente na proteção cambial, e em seguida na valorização do próprio investimento.
Embora a lista de opções seja quase infinita, destacam-se ouro, ações de empresas estrangeiras, imóveis no exterior, fundos de investimento estrangeiros, além de títulos de dívida emitidos em dólar. De fato, estas opções são negociadas majoritariamente em dólar, portanto se valorizam quando a moeda brasileira se deprecia.
Como comprar dólares?
Existe um certo mito de um limite para compra de dólares por brasileiros, especialmente para pessoas físicas. No entanto, estas restrições são impostas pelas casas de câmbio, que muitas vezes não possuem equipe treinada para analisar a documentação do cliente.
Na medida em que o comprador apresente a origem dos recursos, qualquer banco irá aceitar a negociação de quantias maiores. De fato, não há nenhuma lei restringindo a compra de dólares por brasileiros.
Em suma, é possível adquirir dólares em casas de câmbio e bancos devidamente autorizados pelo Banco Central. Além das taxas e comissões do intermediador, incidirá a cobrança do IOF de 1,1% na transação.
Métodos indiretos para comprar dólar
Se você não precisar do dinheiro em espécie, ou realizar remessas para o exterior, é possível comprar dólares indiretamente. Isto pode ser feito através de fundos de investimento, ou adquirindo contratos futuros na bolsa de valores.
Novamente, não há limites para aportes através destas modalidades. Entretanto, você não tem acesso aos dólares, sendo apenas uma exposição à valorização do ativo. Deve-se atentar que o contrato futuro possui vencimento, data na qual ocorre a liquidação financeira.
Deste modo, para quem busca uma exposição de mais longo prazo, os fundos cambiais tornam-se uma opção mais viável. Similarmente, é possível comprar o dólar tokenizado, ou seja, transformado em ativo digital. Este último é negociado em exchanges, as corretoras que realizam intermediação de Bitcoin e demais criptoativos.
Dentre os criptoativos lastreados em dólar, ou seja, que possuem dólares em conta-corrente de banco ou similar garantindo a operação, destaca-se o USD Coin (USDC). Este criptoativo é devidamente regulado e auditado nos EUA, e encontra-se disponível para negociação no Brasil.
No vídeo abaixo, o pessoal da @usecripto explica como comprar este dólar tokenizado na exchange Mercado Bitcoin, líder em volume e número de clientes no Brasil.