Impasse no Orçamento leva Ibovespa a fechar em baixa

O mercado financeiro acordou nesta segunda-feira, 19, com a boa notícia divulgada pelo Banco Central: o Índice de Atividade Econômica  (IBC-Br) fechou o mês de fevereiro com alta de 1,7%, surpreendendo positivamente investidores, porque as apostas eram de um crescimento de 0,9% para o mês. A importância do indicador está diretamente ligada à expectativa de retomada e de crescimento da economia porque ele serve para dar uma pista da tendência do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado de fevereiro ampliou as apostas de que o País, fortemente afetado em sua economia pelo baixo controle da pandemia da covid-19, tenha um primeiro trimestre, senão com grandes altas, ao menos positivo.

Outro ponto a favor do Ibovespa foi a fala do novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que tomou posse nesta segunda-feira com um discurso que agradou ao mercado. Além de ressaltar o respeito da companhia com acionistas minoritários, Luna prometeu menor volatilidade nos preços dos combustíveis. As ações da Petrobras responderam com alta que chegaram a mais de 7% na máxima do dia. O mercado lá fora, sem um grande indicador macro que pudesse impactar negativamente a expectativa da bolsa brasileira, também ajudou.

A fala da ministra da Secretaria de Governo, a deputada Flávia Arruda (PL_DF), no entanto, no meio do dia funcionou com um strike sobre todas as boas notícias da manhã.  Flávia indicou que o texto do Orçamento de 2021 deverá ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com um veto de R$ 10,5 bilhões às emendas parlamentares, abaixo dos R$ 16 bilhões de veto esperados, gerando um clima de desconfiança no mercado, que teme pela responsabilidade fiscal.

Com a desconfiança tomando conta dos investidores, o Ibovespa fez meia-volta e encerrou o dia com queda de 0,15%. Perdeu os 121 mil pontos conseguidos logo após a fala do novo presidente da Petrobras e ficou nos 120.933 pontos. O volume financeiro negociado somou R$ 52,063 bilhões.

Ibovespa hoje, 19 de abril de 2021

Já no mercado exterior, após uma semana com noticiário quente, investidores americanos passaram o dia com atenção na vacinação. Na última semana, a FDA (Food and Drug Administration), espécie de Anvisa dos EUA, interrompeu o uso da vacina da Johnson & Johnson’s após seis mulheres desenvolverem um tipo raro de coágulo sanguíneo.

Mas, no domingo, Anthony Fauci, conselheiro chefe da Casa Branca para questões médicas, confirmou que os EUA devem em breve voltar a administrar a vacina. Assim, a ideia é apenas adicionar algum tipo de aviso ou restrição.

(Colaboração: Roseli Lopes)