Transplante capilar: entenda como funciona a técnica
O procedimento, simples e pouco invasivo, é hoje um dos métodos mais procurados para resolver o problema de calvície.
De acordo com a Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), 42 milhões de brasileiros sofrem de calvície. Os dados são referentes ao segundo semestre de 2018. Para resolver o problema, cada vez mais pessoas estão aderindo à técnica do transplante capilar.
Apesar do público masculino acima dos 50 anos formar a maior parte desse grupo, a perda dos cabelos também atinge mulheres e homens. Isso porque há diferentes fatores que podem causar a condição, como predisposição genética, questões emocionais, traumas e desequilíbrio hormonal.
A boa notícia é que, com o avanço da tecnologia, o diagnóstico da doença não precisa mais significar a perda definitiva dos fios. O transplante capilar é considerado hoje uma das principais soluções para o problema.
O que é o transplante capilar?
A técnica mais moderna atualmente é conhecida como Follicular Unit Extraction (FUE – Extração de Unidades Foliculares), indicada para todos os tipos de calvície. Ela consiste na retirada de fios, um a um, de uma área doadora – que costuma ser a nuca ou as laterais da cabeça, mas também pode ser a barba ou outra parte do corpo. O procedimento, no entanto, não deixa cicatrizes.
“Essas unidades foliculares podem ser compostas de um a quatro fios. A implantação é feita introduzindo o folículo capilar (onde se localiza a raiz do cabelo) na direção e angulação correta do crescimento do cabelo. Isso proporciona mais naturalidade”, explica André Ramos, cirurgião plástico, especializada em transplante capilar e tratamentos para calvície. Os fios transplantados são mais resistentes, assim, com o passar do tempo voltam a crescer no topo da cabeça.
Outra técnica famosa é o FUT (Follicular Unit Transplantation – Transplante de Unidades Foliculares), que extrai faixas do couro cabeludo e deixa uma cicatriz no local, que pode aparecer quando o cabelo está curto. A cirurgia, entretanto, é mais rápida e não exige a raspagem da área doadora.
Qual a diferença entre implante e transplante?
De acordo com a dermatologista Carla Nogueira, da clínica Mais Cabello, o implante é uma técnica que utiliza materiais artificiais, enquanto o transplante utiliza material biológico. “No transplante capilar, utilizamos folículos capilares do próprio paciente, que são então transferidos para a área receptora calva”, afirma. Por consequência, há menos riscos de rejeição e a operação ganha um aspecto mais natural.
Quanto tempo dura o transplante capilar?
O procedimento, que é praticamente indolor, dura entre 8 e 10 horas dependendo da gravidade da calvície. Por outro lado, o resultado varia conforme os cuidados que se tem com os cabelos e o couro cabeludo. “Com os cuidados corretos, os fios que nascem têm longa duração, pois não há ação hormonal que induza a queda sobre eles”, diz Carla.
A médica ressalta que o mais apropriado é manter não só um acompanhamento, mas também um tratamento para o couro cabeludo e os fios após o transplante. Isso ajuda a otimizar os resultados do transplante capilar.
Quando o transplante é indicado?
Em geral, o transplante capilar não é a primeira opção de tratamento para a calvície. Antes disso, são usados remédios e loções, por exemplo. Quando não funcionam, pode vir então a indicação da cirurgia. Mas isso é muito particular e segue de acordo com o estágio do problema, por isso, depende da avaliação de um especialista.
“Os períodos de evolução mais apropriados são os estágios 2 a 4, quando o caso pode ser resolvido em apenas uma sessão”, recomenda André. Ou seja, é mais interessante quando a pessoa ainda tem fios saudáveis na nuca e nas laterais da cabeça.
Os estágios 5 e 6 acabam exigindo duas sessões para um resultado satisfatório. Por fim, no estágio 7 o paciente tem que estar ciente de que a área doadora não será suficiente para cobrir toda a área receptora.
Quais os riscos e contraindicações da técnica?
O transplante capilar é um procedimento cirúrgico, no entanto apresenta baixo risco, pois é feita apenas sedação e anestesia local. Como é pouco invasivo, permite que o paciente volte à rotina logo após a sessão, desde que as atividades não demandem esforço físico nem abafem o local transplantado.
“Dois riscos da técnica são as atrofias de pele na região receptora e o crescimento insuficiente dos fios. Mas eles são minimizados quando há uma equipe treinada e experiente fazendo o procedimento”, informa Carla.
O transplante pode ser realizado em outras partes do corpo?
A resposta para essa pergunta é sim, mas somente quando não se obteve resultado com outros tipos de tratamentos clínicos. É possível realizar a cirurgia em barbas, sobrancelhas e no couro cabeludo de homens es mulheres.
Com relação aos resultados, é importante saber que os novos fios começam a aparecer depois de três meses. Já o efeito mais completo e definitivo leva cerca de um ano.