Warren Buffett: história e fortuna do maior investidor do mundo
Conheça os caminhos que Warren Buffett trilhou para se tornar uma das maiores lendas que o mercado financeiro já viu.
Se você acompanha notícias sobre o universo dos investimentos ou já deu uma olhada na lista das pessoas mais ricas do mundo, então, sem dúvida, ouviu falar sobre Warren Buffett. Esse americano, que completa 90 anos no fim do mês, registrou, em 2019, uma fortuna estimada em quase US$ 90 bilhões.
Sua trajetória no mercado financeiro fez do seu nome uma verdadeira lenda na área. Desde 1970 ele é presidente e principal acionista da Berkshire Hathaway, um conglomerado empresarial dono de marcas como Duracell e Helzberg Diamonds, por exemplo, e com participação em diversas empresas, entre elas Apple, Coca-Cola, Visa e Kraft-Heinz.
Conheça a seguir a história de Warren Buffett e como ele se tornou o maior investidor do mundo.
Quem é Warren Buffett?
Warren Edward Buffett nasceu no dia 30 de agosto de 1930 em Omaha, Nebraska (Estados Unidos). O tato para os investimentos foi passado entre as gerações da família: seu pai, Howard Buffett, atuava como corretor da bolsa de valores americana; já o seu avô foi dono de uma loja de produtos alimentícios em sua cidade natal.
Desde criança, Warren Buffett demonstrava talento para os negócios. Além de ler diversos livros sobre investimentos e ajudar o avô em sua loja, por iniciativa própria começou a sair pelo bairro vendendo balas, revistas e Coca-Cola para os vizinhos. Durante o ensino médio, chegou a vender bolas de golfe remanufaturadas e customizar carros.
Aos 12 anos, se mudou para a capital Washington, quando seu pai foi eleito para o Congresso do país. No ano seguinte, fez sua primeira declaração de imposto de renda. Com o argumento de que sua bicicleta e o relógio de pulso eram indispensáveis para o trabalho de entregador de jornais, conseguiu uma dedução de US$ 35.
Algum tempo depois, se juntou a um amigo para comprar uma máquina de pinball por US$ 25, que instalaram em uma barbearia. O empreendimento fez sucesso e ele vendeu seus direitos por US$ 1.200.
Além do faro empresarial, o investidor aprendeu desde cedo a importância de guardar seus rendimentos. Assim que terminou a escola, sua poupança já somava o equivalente a mais US$ 100 mil nos dias de hoje. O valor foi aplicado em uma empresa do pai e na aquisição de uma fazenda.
Formação acadêmica
Warren Buffett se formou em economia pela Universidade Nebraska-Lincoln com apenas 19 anos. Logo depois, entrou para a Escola de Negócios da Universidade de Columbia e, em 1951, recebeu o título de mestre em economia. Mais tarde, ele ainda se graduou no Instituto de Finanças de Nova York.
Suas principais influências foram os economistas David Dodd e Benjamin Graham, conhecido como pai do value investing e com quem trabalhou na década de 1950. Foi a partir de seus ensinamentos que Buffett se consagrou como um analista que investiga os fundamentos das empresas que pretende adquirir e compra ações por preços mais baixos.
Warren Buffett e o mercado de investimentos
A relação entre Buffett e o mercado de ações teve início quando ele tinha apenas 11 anos. Naquele período, durante uma visita à Bolsa de Valores de Nova Iorque, fez questão de comprar três ações da Cities Services, empresa de refinarias e infraestrutura de distribuição de combustíveis.
Depois de formado, ele trabalhou como vendedor de ações na empresa do pai, a Buffett-Falk e Co., até ser chamado para o cargo de analista de seguros da Graham-Newman Corp, em 1954. Entre 1956 e 1969 foi sócio da empresa que criou, a Buffett Partnership Ltda.
No ano de 1962 ele conquistou seu primeiro milhão. Já em 1970, impulsionou a empresa que se tornou o seu maior projeto, a Berkshire Hathaway Inc., da qual é o atual CEO e o principal acionista.
A história da Berkshire Hathaway
A origem do conglomerado remonta ao ano de 1839, quando ainda era uma pequena empresa têxtil. Ao longo dos anos, passou por algumas fusões importantes, mas foi em 1962 que sua história começou a se transformar no que é hoje.
Naquele ano, Warren Buffett comprou as primeiras ações da Berkshire. Sua estratégia se baseava, principalmente, em uma técnica conhecida como “Guimbas de Charuto”: ele rastreava empresas com dificuldades financeiras, mas com potencial para um ‘último trago’, ou seja, que ainda representavam um bom lucro.
Em 1964, Buffett planejava vender os papéis da companhia, no entanto, uma mudança no preço combinado fez com que ele decidisse mudar de ideia. Desse modo, contrariando seu modelo de investimentos, ele recusou a oferta e passou a adquirir cada vez mais ações até assumir totalmente o controle da empresa e demitir a antiga diretoria.
Essa atitude, que teve um quê de vingança, mudou por completo o rumo do conglomerado e dos investimentos de Warren Buffett. Ele começou a diversificar os negócios da empresa, em princípio com o setor de seguros, e encerrou em definitivo suas operações têxteis em 1985.
Berkshire Hathaway depois de Warren Buffett
Ao longo das décadas, a carteira de investimentos da companhia só cresceu. Desse modo, foram sendo adicionados nomes de bancos e financeiras, como Goldman Sachs, Visa e Mastercard; gigantes da indústria de consumo, como Coca-Cola e Johnson & Johnson; aéreas, como Delta Airlines e American Airlines, entre outras.
Atualmente, a maior fatia de investimentos da Berkshire Hathaway vem do setor de tecnologia, principalmente da Apple – são US$ 60 bilhões em ações da empresa. Além disso, entram na lista a Amazon e a startup brasileira Stone.
O valor de mercado da Berkshire Hathaway supera US$ 500 bilhões, o que faz dela a quinta maior empresa listada no índice S&P 500. Sua sede fica em Omaha, perto da residência de Warren Buffett. O maior investidor do mundo aposta em uma estrutura simples e pequena, sem divisão de departamentos. De acordo com Buffett, seu compromisso é majoritariamente com os acionistas, por isso, eles recebem, todos os anos, uma grande festa para celebrar e confraternizar.
Em 2008 e 2009, Buffett foi considerado o homem mais rico do planeta segundo o ranking da Forbes. No ano passado, ele ocupou o terceiro lugar, logo depois do fundador da Microsoft, Bill Gates, e Jeff Bezos, dono da Amazon, que ficou no topo da lista.
Warren Buffett e a filantropia
Buffett não só é conhecido por sua estratégia de negócios e fortuna, mas também por suas ações como filantropo e a participação em inúmeras inciativas sociais desenvolvidas ao lado de diversos empresários.
Além disso, ele faz parte da ação “Giving Pledge”, uma promessa de doação criada por Bill Gates com o intuito de estimular bilionários a doarem parte de todo o seu patrimônio. A doação pode ser realizada em vida tanto quanto em forma de testamento.
Ensinamentos do “oráculo de Omaha”
O guru dos investimentos é visto como um peixe que, frequentemente, nada contra a corrente. Assim, uma de suas frases mais marcantes, inclusive, é: “Seja cauteloso quando os outros são gananciosos, e seja ganancioso quando os outros estão cautelosos”.
Depois de décadas de aprendizados, erros e acertos, e uma vida bem-sucedida, Warren Buffett ganhou o apelido de “Oráculo de Omaha”.
Ele é visto com frequência nos noticiários compartilhando um pouco de sua sabedoria e insights espirituosos. Certa vez, ele recomendou: “Invista em negócios que qualquer idiota pode comandar porque, um dia, algum idiota pode fazer isso”.
Por fim, para inspirar outras pessoas, seja no mundo dos investimentos ou na vida pessoal, valem duas frases importantes: “Uma pessoa só está sentada em uma sombra hoje porque outra plantou uma árvore há muito tempo atrás” e “No mundo dos negócios, o espelho retrovisor é sempre mais claro que o para-brisa”.