Quem está precisando de um empréstimo precisa estar atento ao movimento da Selic, o juro básico da economia, que serve de referência para outros juros da economia. A taxa subiu de 2% para 2,75% ao ano, no último dia 17.
Além disso, deve subir mais a partir do dia 5 de maio, quando haverá nova reunião do Copom, e diretores do Banco Central já sinalizaram que nela a Selic vai pular para 3,5% ao ano.
Portanto, a perspectiva é a de que os juros do crédito também subam, mais dia meno dia, na esteira da Selic. E isso deve acontecer nas principais e mais populares linhas de empréstimos, como o cartão de crédito, o cheque especial e o crédito pessoal.
Em outras palavras, tomar um dinheiro emprestado neste momento, inclusive para a compra de um imóvel, pode trazer alguma vantagem financeira, com os juros do crédito um pouco mais baixos do que estiverem sendo cobrados daqui a um ou dois meses.
Não que eles estejam baixos hoje, mas porque poderão estar ainda mais altos dentro de pouco tempo. Na verdade, desde o início do ano, as taxas cobradas de quem precisa de um financiamento já vêm sendo ajustadas para cima, diante da expectativa de alta do juro básico da economia.
Um reforço para a alta dos juros no crédito é a deterioração do cenário econômico, com aumento do desemprego e nova redução de salário, em novas medidas emergenciais, por conta da pandemia. Ele aumenta o risco de inadimplência que também vai embutido no nível dos juros.
Vamos ver como deve ficar os juros de cada crédito
No cheque especial está valendo o teto de juros de 8% ao mês. Uma taxa que repetida em 12 meses, em regime capitalizado, resulta em 142% ao ano.
Embora haja esse limite, entre os cinco maiores bancos do mercado, três já não respeitam essa regra. No período de 5 a 11 de março, portanto antes do aumento da Selic, a Caixa tinha o juro mais baixo, de 5,24% ao mês e o Banco do Brasil cobrava uma taxa de 7,84% ao mês.
Já os três grandes bancos do setor privado estavam cobrando juros superiores ao teto: Bradesco, 8,05% ao mês; Itaú, 8,08% ao mês e Santander, 8,24% ao mês.
Juros no cartão de crédito
O rotativo do cartão de crédito cobra hoje um dos juros do crédito mais elevados do mercado. Ele é cobrado de quem não consegue quitar o valor total da fatura do cartão no dia do seu vencimento.
Na data do vencimento há duas opções para quem não paga o valor total da dívida: pagar o mínimo exigido do saldo, geralmente 15% dele, dentro do chamado rotativo regular; ou não pagar nada, dentro do rotativo não regular.
Em ambos os casos, o saldo não pago recebe essa taxa pesada do rotativo e depois o total é renegociado em outras bases, com taxa de juro e mensalidades prefixadas, de mesmo valor até a quitação final.
A taxa do rotativo também no início de março nos grandes bancos estavam em: 10,09% ao mês na Caixa; 10,10% ao mês no Bradesco; 10,18% no Banco do Brasil; 12,19% ao mês no Santander; e 12,29% no Itaú.
Crédito pessoal
Os juros no crédito pessoal são mais baixos que os do cheque especial e do cartão de crédito.
Portanto, sempre vale a pena levantar um crédito pessoal para quitar o saldo devedor do cheque especial ou do cartão. Na prática, há uma troca de dívida, de uma mais cara por outra mais barata.
No crédito pessoal, na primeira semana de março, as taxas estavam em 1,63% ao mês na Caixa; 3,52% ao mês no Banco do Brasil; 3,75% ao mês no Itaú; 5,09% ao mês no Bradesco; e 5,39% no Santander.
Essas taxas são informadas pelo Banco Central e devem servir de base para você saber se as taxas que estão sendo oferecidas são abusivas ou não.
Mas esses juros do crédito devem ser ajustados em níveis mais elevados nesses próximos dias.