Fim do TED? Saiba o que é PIX e como vai funcionar
O Banco Central irá implementar este novo sistema de pagamento em menos de três meses. Isto irá permitir transações instantâneas para seus usuários.
O Banco Central do Brasil anunciou no início do ano seu plano de lançar um sistema de pagamento instantâneo, o PIX. Em novembro deve estar totalmente operacional, e será obrigatório para todos os grandes bancos.
Já adiantamos que o TED não irá desaparecer, porém o PIX é mais rápido, e quase de graça. Ah! Além disto, o PIX não é intermediado pelos bancos, desta forma é muito mais democrático.
Seria esta uma reação dos governos ao crescimento do Bitcoin? Veremos mais adiante a opinião do próprio Presidente do Banco Central. Enquanto isso, se você ainda não conhece esta criptomoeda, clique aqui para acompanhar as 6 dicas para iniciantes em Bitcoin.
Qual a vantagem do PIX?
O novo sistema permite, pela primeira vez, transferências de dinheiro ponto a ponto, ou seja, tirando o controle das mãos dos bancos. Tudo será ligado diretamente ao Banco Central. Neste sentido, contas e pagamentos de boletos bancários, e até mesmo impostos, podem ser quitados de forma instantânea.
Desta forma, o PIX será semelhante ao sistema SEPA europeu, sigla para Single Euro Payments Area, o sistema de pagamentos da Zona do Euro. Igualmente, os brasileiros agora poderão fazer transferências eletrônicas de dinheiro em poucos segundos, entre pessoas físicas e jurídicas.
Além disso, o PIX funcionará 24 horas por dia, 7 dias por semana (incluindo feriados), por meio de aplicativos bancários no smartphone, internet banking e caixas eletrônicos de bancos físicos e digitais.
Como funciona o PIX?
Primeiramente, vamos dar um breve panorama. Hoje o tipo mais comum de transferência entre contas bancárias de diferentes instituições é o TED. Atualmente, pagamentos de contas são feitos por boletos, cartões, e com dinheiro em espécie.
Porém, operações eletrônicas podem levar alguns dias, e custam caro, podendo chegar a R$ 20 no TED. Além disso, o dinheiro vivo representa um risco maior em questões de segurança, tanto para o pagador quanto para o recebedor. Atualmente, dinheiro em espécie tornou-se um problema de saúde, devido à pandemia.
Todavia, após o início do PIX essas modalidades de pagamento acima deixarão de ser as únicas. Deste modo, a novidade terá forte impacto na economia nacional, e dessa maneira, traz uma forma eficiente de administrar as operações financeiras, desenvolvendo um ambiente mais ágil e competitivo.
Como utilizar o PIX na prática?
Conforme anunciado pelo Banco Central do Brasil (BCB), os pagamentos através do PIX serão habilitados através de:
- QR Codes: através de um celular ou computador, acesse o aplicativo (app) ou site do banco, selecione PIX e digitalize o código QR fornecido. Os dados de pagamento são exibidos para que o usuário concorde e confirme o pagamento.
- Chaves de acesso: selecione o tipo de chave de acesso que identifica o destinatário, como número de celular, e-mail, ou CPF / CNPJ. Uma vez que os dados do receptor aparecem na tela do smartphone, o usuário pode clicar para confirmar.
- Pagamentos por proximidade: conexão ao PIX através de tecnologias que permitem a troca de informações por proximidade, como a tecnologia NFC.
- Manualmente: o preenchimento das informações é um dos modelos menos populares, mas também está disponível no novo sistema.
Vantagens para o e-commerce
O consumidor brasileiro está acostumado a esperar horas, ou até mesmo dias, por uma confirmação de pagamento. Espera-se que o PIX acelere as transações não apenas para o benefício dos usuários, mas também para as empresas de comércio eletrônico. A solução será integrada na página de pagamento (checkout). Dessa forma, irá reduzir significativamente o tempo de espera para confirmações de pedidos, e consequentemente sua entrega.
De fato, isso é uma vantagem, principalmente se comparado ao tradicional boleto bancário, que pode levar até dois dias úteis para ser confirmado. Sobretudo, trata-se de um mecanismo que os brasileiros usam com frequência tenaz.
Preciso ter conta de banco para usar o PIX?
Em resumo, para usar o PIX, você não precisa ter conta em banco. Através do PIX você pode enviar e receber dinheiro instantaneamente, assim como com um cartão de débito.
Ou seja, o PIX passa a ser uma alternativa para transferir e fazer pagamentos de forma rápida e barata – para usuários pessoa física, ele será totalmente gratuito. No entanto, para as instituições financeiras que oferecem o PIX, o custo é de R$ 0,01 a cada 10 transações.
O PIX é concorrente do Bitcoin?
Durante a plenária de abertura da 10ª reunião do Fórum PIX, ocorrida em 20 de agosto, o Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto levantou tal questão. Nesse sentido, afirmou que a criação do PIX veio da mesma demanda que gerou as criptomoedas.
“As criptomoedas apareceram porque as pessoas tinham demanda para ter um meio de pagamento, algo que fosse barato, rápido, seguro, transparente e aberto”, declarou Campos.
Em síntese, o Bitcoin é uma tecnologia de pagamentos pela internet que surgiu em 2009. Além disso, não tem relações com Bancos Centrais de países, ou até mesmo empresas. Desta maneira, o Bitcoin é tido como a primeira moeda descentralizada do mundo.
Por ser digital, o Bitcoin funciona pela internet, com transações realizadas entre carteiras digitais. Sem dúvida, pode ser enviado para qualquer país em minutos. É possível adquirir Bitcoin e criptomoedas através de corretoras (exchanges), como o Mercado Bitcoin. Em seguida, você pode, atrás da própria carteira na exchange, realizar envios internacionais.
No vídeo acima, o Mercado Bitcoin ensina como enviar e receber criptomoedas.
Similaridades entre PIX e Bitcoin
O PIX deverá ter seu funcionamento no mesmo esquema das carteiras digitais de criptomoedas. Contudo, a principal diferença para o Bitcoin é que o PIX é controlado pelo Banco Central, enquanto o Bitcoin é descentralizado. Ou seja, ambas as tecnologias poderiam ser, pelo menos na teoria, concorrentes.
Segundo o Presidente do BCB, as criptomoedas surgiram porque os Bancos Centrais não forneciam soluções como a delas. Roberto Campos afirma “provavelmente nem teria a demanda de criptomoedas”, caso o PIX já existisse antes.
Em contrapartida, Carlos Eduardo de Andrade Brandt Silva, chefe-adjunto de unidade do Banco Central, afirmou que “não haverá nenhuma restrição para entidades não regulamentadas pelo Banco Central do Brasil, inclusive exchanges de Bitcoin e criptomoedas”. Em outras palavras, dá acesso direto ao sistema financeiro para exchanges como o Mercado Bitcoin, que intermedia a negociação entre usuários no Bitcoin e em diferentes criptoativos.
Dessa forma, há uma indicação que as transações com Bitcoin continuarão sendo feitas normalmente, provavelmente até mais integrada ao sistema financeiro.
Barreiras para o PIX
Todavia, tanto o PIX quanto o Bitcoin, esbarram no mesmo obstáculo: o acesso à internet no Brasil. Embora grandes inovações tenham sido implementadas, a infraestrutura ainda é precária no país. De fato, não existe cobertura de internet em todo o território.
Sem dúvida, isso é um limitador dessa planejada expansão, deixando pessoas à margem do sistema. No entretanto, espera-se que, devido às características confiáveis e rápidas desse novo sistema PIX, acabe se tornando o sistema preferido do Brasil para transferências.