Investimento melhor que a poupança? Conheça 10 opções em renda fixa
Com a Selic em 2% ao ano e a TR zerada, a poupança passa a render 1,40% ao ano. Tendo em vista que a projeção para inflação deste ano é de 1,63%, há perda do poder de compra em 0,23% ao optar pela modalidade.
Apesar do consenso econômico de que há investimentos melhores que a poupança; essa modalidade bateu recorde em meio a pandemia do novo coronavírus. Em julho, investidores aplicaram R$ 27,14 bilhões a mais do que retiraram da caderneta. É o maior resultado da série histórica, conforme comunicado pelo Banco Central (BC).
A poupança é como uma conta que pode ser aberta facilmente em bancos, e tem rentabilidade igual em todos eles. Essa rentabilidade equivale a 70% da taxa Selic, em caso desta valer 8,5% ou menos, somada a Taxa de Referência (TR). Com a Selic em 2% ao ano e a TR zerada, a poupança passa a render 1,40% ao ano. Tendo em vista que a projeção para inflação deste ano é de 1,63%, há perda do poder de compra em 0,23% ao optar pela modalidade.
Todavia, em grande parte dos investimentos em renda fixa também há perda de rentabilidade com a Selic em baixa, como alerta Renata Berenguer, professora de Finanças e mestra em Administração pela UFPE (Universidade Federal do Pernambuco). Ainda assim, eles são mais vantajosos do que a poupança.
A seguir, listamos 10 deles:
Tesouro direto – Investimento melhor que a poupança
É um programa do Tesouro Nacional, destinado à venda de títulos públicos para pessoas físicas. É possível investir no Tesouro Direto a partir de R$ 30. São três tipos de título:
Tesouro Selic
A rentabilidade deste título está atrelada à Selic. Por esse fator, é afetado diretamente pela queda da taxa. Desde o início do mês de agosto essa modalidade está com a taxa de custódia zerada para investimentos até R$ 10.000.
Berenguer ressalta que se o investidor deixar o dinheiro por apenas dois ou três meses há riscos de ‘perder’ mais do que na poupança, haja vista o desconto do imposto de renda. O desconto do IR em aplicações é regressivo, ou seja, quanto mais tempo o valor ficar no ativo, menor o desconto.
Ademais, por ter liquidez diária o Tesouro Selic é recomendado para alocar a reserva de emergência.
IPCA+
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador da inflação no país. Em títulos dessa modalidade o investidor recebe a variação da inflação, somada a uma porcentagem fixa. Desse modo, está garantido o poder de compra, em caso de resgate no vencimento. A professora diz que é interessante para investimentos de longo prazo.
Prefixados
Em títulos dessa modalidade, o investidor sabe exatamente o valor que resgatará no vencimento, pois está relacionado à uma taxa fixa. Logo, não é influenciado pela Selic.
CDB
Outro investimento melhor que a poupança Certificado de Depósito Bancário (CDB). São títulos emitidos por bancos, a fim de captar recursos. Numa espécie de empréstimo invertido, o investidor recebe o valor aplicado mais uma taxa.
Essa taxa de rentabilidade está relacionada ao Certificados de Depósito Interbancário (CDI), que por sua vez tem como base a taxa Selic. Por fim, investimentos de até R$ 250 mil são assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
LCA/LCI –Investimento melhor que a poupança
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são modalidades em que o dinheiro investido é usado pelos bancos para oferecer empréstimos ao setor imobiliário e de agronegócio. O investidor recebe o valor aplicado somado à uma taxa. Assim como o CDB, também é protegido pelo FGC.
Berenguer observa que esses ativos costumam exigir valores altos para aplicações, sendo difícil encontrar títulos de R$ 1000, por exemplo. Ademais, são isentos da tributação do imposto de renda.
CRA/CRI
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos emitidos por companhias securitizadoras. Assim como o LCA e LCI estão isentos da tributação do imposto de renda. Todavia, não contam com o amparo do FGC.
Fundos de renda fixa – Investimento melhor que a poupança
Os fundos de renda fixa são carteiras de investimentos controladas por um gestor. Normalmente com ao menos 80% dos ativos em renda fixa. O investidor compra cotas – partes – do fundo e acompanha os resultados.
Debêntures
Esses títulos apresentam riscos maiores que os anteriormente citados. São emitidos por empresas privadas para financiar suas dívidas. As quais costumam pagar juros maiores do que os bancos, no caso do CDB. Contudo, o investimento não conta com o FGC.