Diversificar as aplicações é a receita para diluir e evitar perdas
Ao distribuir o dinheiro por produtos diversos, investidor não apenas reduz risco como amplia chances de ganhos maiores
Embora a Selic tenha subido 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano, e haja sinalização de novas altas ao longo de 2021, a taxa básica está ainda em descompasso com a inflação, que anda a passos mais acelerados. A dica para fugir do prejuízo na renda fixa, ou ao menos diluir parte dele, insistem especialistas, é diversificar as aplicações, com uma parcela dos recursos na renda variável.
A Selic é a taxa primária de referência para a captação dos bancos e, como tal, a remuneração que o investidor recebe ao emprestar recursos mediante a compra de títulos bancários, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Não só.
Balancear as aplicações entre a renda fixa e renda variável é estratégia indicada
A Selic é também a taxa de referência para a remuneração que o Tesouro Nacional paga aos investidores que emprestam recursos para o financiamento do déficit do governo ou o rombo das contas públicas. Um dos títulos usados para essa finalidade, a Letra Financeira do Tesouro (LFT), remunera o investidor com a Selic. A mesma letra que é ofertada na plataforma do Tesouro Direto como Tesouro Selic
É por isso que a oscilação da Selic influencia tanto o rendimento de CDB (um título privado) quanto dos fundos de investimento como o de renda fixa e DI, que têm títulos públicos, predominantemente LFTs, na carteira.
Outras modalidades de aplicação em renda fixa passaram por forte achatamento do rendimento nominal. A tal ponto que o ganho real, acima da inflação, que garante o poder de compra do dinheiro sumiu, engolida pela inflação em alta.
A retomada de elevação da Selic pode levar a dias melhores para quem investe na renda fixa. Mas o investidor, alertam os especialistas, não tem motivo para pensar em voltar a ter ganhos robustos na renda fixa. Esse tempo ficou definitivamente para trás.
Diversificar as aplicações em bolsa é uma saída
Não existe outra opção nestes novos tempos, para quem deseja uma rentabilidade mais interessante, se não diversificar as aplicações. E praticamente todos os caminhos da diversificação levam à bolsa de valores.
Ainda que o mercado de ações seja o destino de grande parte do dinheiro que migra da renda fixa em busca de rentabilidade maior, o investidor não deve ir com sede ao pote e abandonar totalmente a renda fixa. Por estratégia e prudência.
Especialistas afirmam que, por mais que a bolsa acene com ganhos maiores, o investidor não deve esquecer de renda fixa. É sempre importante ter uma boa distribuição de recursos entre as duas modalidades e, para isso, é essencial ter planejamento financeiro.
É preciso, antes de tudo, separar o dinheiro de reserva estratégica, para atender as necessidades de emergência, daquele que pode ir para o mercado de ações. Os recursos para o investimento em bolsa de valores não devem estar amarrados a uma data de resgate ou a algum compromisso, para evitar que a venda ocorra em um momento de baixa da ação, com perda para o investidor. É por isso que a compra de ações deve ser vista sempre como aplicação de longo prazo.
Quais as opções para o curto prazo
Os recursos para uso ou compromissos de curto prazo não têm outra opção senão permanecer em caderneta, CDB e fundos de renda fixa e DI. São opções, pouco ou nada atraentes, nestes tempos de inflação alta e Selic baixa, mas é o que a renda fixa oferece.
A caderneta não paga imposto de renda nem nenhuma outra taxa. O CDB recolhe imposto de renda, assim como os fundos de investimento, que cobram ainda a taxa de administração.
No caso de CDB e fundos, a dica é esticar os prazos de aplicação, para recolher o imposto por uma alíquota mais baixa. E nos fundos, ainda, escolher um que não cobre taxa de administração, um custo para o aplicador de que boa parte das corretoras abriu mão depois que a Selic despencou para as mínimas históricas.