Carteira de investimento: o que é e como construir a ideal para você

Especialista ensina como escolher os melhores investimentos.

Montar uma carteira de investimentos bem-sucedida não é uma tarefa simples para iniciantes, mas algumas dicas podem ajudar a facilitar o processo. Nesse sentido, reunimos informações que devem ser levadas em conta ao realizar sua estratégia, inclusive dicas bem simples, mas vitais para o seu sucesso.

Em primeiro lugar, lembre-se de que a aplicação deste conselho dependerá significativamente das especificidades da sua situação. Toda decisão deve ter em mente sua situação financeira geral. Em caso de dúvida, procure o aconselhamento de um profissional qualificado e consultor de investimentos.

 

O que é uma carteira de investimentos?

Uma carteira de investimentos é uma cesta de ativos que podem armazenar ações, títulos, dinheiro e muito mais. Os investidores buscam um retorno, misturando esses títulos de maneira a refletir sua tolerância ao risco e suas metas financeiras.

Também chamada de cesta e portfólio de investimentos, ela reúne todos os ativos financeiros que você escolhe para fazer seu dinheiro crescer, tanto em renda fixa quanto variável.

Ao diversificar os investimentos, você potencialmente corre menos riscos, já que não está deixando o seu dinheiro em apenas um lugar (regido por um conjunto enorme de variáveis, nem todas possíveis de antever). Assim, repartir o capital em mais ativos costuma proporcionar maior segurança financeira.

Portanto, uma carteira de investimentos é uma coleção de ativos e pode incluir investimentos como ações, títulos, fundos mútuos e fundos negociados em bolsa. Um portfólio de investimentos é mais um conceito do que um espaço físico, especialmente na era do investimento digital, mas pode ser útil pensar em todos os seus ativos sob o mesmo teto metafórico.

Como montar carteira de investimentos? Defina seus objetivos  

Comprar um carro, fazer um intercâmbio, ter uma aposentadoria? Você precisa saber exatamente por que está investindo e o que espera do seu dinheiro. Caso contrário, você será como um navio sem leme no mar – sem direção e sem propósito. Objetivos comuns de investimento incluem valorização do capital, preservação do capital, renda e especulação. Uma carteira de investimentos que visa obter uma valorização do capital parecerá muito diferente de um portfólio de renda, por exemplo, e eles terão um desempenho diferente em qualquer linha do tempo.

Então, se você não tiver certeza de seus objetivos, poderá se decepcionar com seus retornos. Você pode ter seguido a estratégia perfeitamente, mas perseguiu o objetivo errado.

 “De modo que, é válido ter aplicações de curto e longo prazo, e manter a diversificação, ou seja, aplicar o capital em diferentes tipos de ativos”, explica a consultora de investimentos Amanda Santos. 

Carteiras de investimento e tolerância ao risco

Uma das coisas mais importantes a considerar ao criar um portfólio é sua tolerância pessoal a riscos. Sua tolerância ao risco é sua capacidade de aceitar perdas de investimento em troca da possibilidade de obter maiores retornos de investimento.

Sua tolerância ao risco está ligada não apenas a quanto tempo você tem antes de seu objetivo financeiro, como a aposentadoria, mas também a como você lida mentalmente com a observação do mercado subir e descer. Se seu objetivo estiver a muitos anos de distância, você terá mais tempo para superar esses altos e baixos, o que permitirá que você aproveite a progressão ascendente geral do mercado. Use nossa calculadora abaixo para ajudar a determinar sua tolerância a riscos antes de começar a criar seu portfólio de investimentos.

Renda fixa na carteira de investimentos 

Existem dois grandes grupos de investimentos: os de renda fixa e os de renda variável. 

Nas aplicações em renda fixa as regras de rentabilidade já estão definidas; então o investidor já tem expectativa acerca do retorno que terá. 

Todos os títulos do Tesouro Direto(plataforma de venda de ativos públicos para pessoas físicas) são de renda fixa. Há três tipos de títulos: 

    Tesouro Selic: tem rentabilidade atrelada a selic, taxa básica de juros IPCA+:  tem rentabilidade aliada ao índice de inflação, mais uma porcentagem  Prefixados: já tem uma porcentagem de rentabilidade definida; desse modo o investidor sabe o valor exato que vai adquirir no vencimento do título

Também são investimentos de renda fixa, o CDB, LCI e LCA: 

    CDB: é a sigla para Certificados de Depósito Bancário; o investidor aplica dinheiro em uma instituição financeira, a qual devolve o valor somado a uma porcentagem.  LCI e LCA: nessas modalidades o investidor “empresta” dinheiro ao banco, que por sua vez oferece o valor para outros tipos de empresa. Então, se recebe o valor aplicado somado à rentabilidade estabelecida. LCI diz respeito às Letras de Crédito Imobiliário e LCA se refere às Letras de Crédito do Agronegócio. 

Como montar carteira de investimentos – Renda variável 

Já os investimentos em renda variável oferecem possibilidade de maior rentabilidade, da mesma forma que são mais arriscados. Nessas aplicações o retorno não é previsível. Além disso, as oscilações são recorrentes.  

Ações na Bolsa de Valores são os ativos mais comuns desse tipo de investimento. Outro exemplo é o ETF (Exchange Traded Fund), que é um fundo de investimento que usa como referência um indicador da bolsa de valores

É necessário incluir reserva de emergência na carteira de investimentos 

A carteira de investimentos deve contemplar uma reserva de emergência, a qual diz respeito à um valor guardado para uso em caso de imprevistos.

A investidora Amanda Santos alerta que o investidor não deve colocar esse dinheiro em um ativo visando exclusivamente a rentabilidade. “O objetivo da reserva é segurança” o investidor deve escolher um investimento “que tenha liquidez imediata” diz. 

Tela de computador com gráficos de investimentos
Renda variável na carteira de investimentos (freepik)

Perfil do investidor: conservador 

O investidor que prefere correr risco menores é chamado de conservador. Normalmente, suas aplicações estão 100% na renda fixa. Apesar disso, a contadora afirma que é importante procurar uma diversificação. 

Para explicar o que é diversificação, Amanda recorre à uma frase famosa no meio de investimentos, “não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Nesse sentido, o investidor deve colocar seu dinheiro em diferentes tipos de título. 

A profissional exemplifica com quatro tipos de investimentos, em que a pessoa pode colocar parte do valor disponível em cada um deles. São: 

    Tesouro Selic  IPCA+  CDB  LCI

“Montamos uma carteira de investimentos com quatro títulos de renda fixa, mas cada um indexado à um índice diferente” diz a profissional “isso é muito positivo, por que é uma forma da sua carteira ficar equilibrada”. 

Para investidores para com perfil moderado 

O investidor de perfil moderado está disposto a correr riscos, mas não opta por colocar todo o capital na renda variável. Ou seja, terá parte do valor investido na renda fixa e parte na variável. 

Amanda comenta uma simulação de aplicações em que o investidor opta por destinar metade do capital para cada tipo de investimento. Do valor destinado para renda fixa: 

    25% no Tesouro Selic, 25% no IPCA+, 25% no CDB e 25% na LCI

Já o valor destinado para renda variável: 

    25% em ação de empresa de energia elétrica, 25% em ação de empresa de saúde, 25% em ação de empresa de bebidas e 25% em ação de instituição financeira

Conforme exemplo, a contadora afirma que é necessário investir em empresas de ramos diferentes. De modo a evitar grandes perdas caso um dos setores seja afetado por uma crise.

Perfil do investidor: agressivo 

“O agressivo é o investidor que tem bastante apetite ao risco” diz a mentora financeira. Normalmente tem todo capital investido em renda variável. 

Novamente, a diversificação é essencial. “Se o investidor agressivo tem 100% do capital dele em ações brasileiras, isso é ruim”, pois se o país for afetado por uma crise e as suas empresas sofrerem impacto negativo; a pessoa terá perdas maiores. 

Da mesma forma, não é recomendado investir em empresas de um mesmo ramo. 

Para carteira de investimentos de uma pessoa com perfil agressivo, Amanda cita 5 opções que podem ser contempladas: ações brasileiras, ações americanas, ETSs, ouro e fundos imobiliários. 

Pesquise para montar a carteira de investimentos 

Mulher fazendo análise do mercado de ações
Pesquise para escolher os investimentos (freepik)

Ademais, a contadora comenta sobre o crescimento no número de investidores na Bolsa de Valores; mas alerta que muitos investem sem conhecimento prévio. Nota-se que pessoas acompanham nomes conhecidos do mercado financeiro e reproduzem as mesmas escolhas deles. “Isso é um grande problema porque você não sabe qual a estratégia dele de investimento” diz. Em síntese, é necessário entender o porquê de colocar um ativo na carteira de investimentos. 

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