Bolsa foi a aplicação mais rentável de abril
Ibovespa encerrou o mês com valorização de 1,94%, acumulando alta de 8,05% no ano
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, foi a aplicação mais rentável de abril, pelo segundo mês consecutivo, com valorização de 1,94%. Em março, liderou o ranking com ganho de 6%. A valorização acumulada nos dois últimos meses está em 8,05%. Descontando a queda dos dois primeiros meses de 2021, a B3 acumula desvalorização residual de 0,10% no ano, até o momento.
Em abril, o mercado de ações reagiu positivamente a estímulos que vieram principalmente do exterior. Um deles foi o forte aumento da demanda e dos preços das commodities – minério de ferro, petróleo, proteína animal, dentre outras -, sobretudo pelas compras da China, que beneficiou as empresas exportadoras. Companhias que têm também forte peso na formação do Índice Bovespa (Ibovespa) e influenciam, portanto, a trajetória do principal índice da B3.
A expectativa de uma retomada da economia global, na esteira do avanço da vacinação contra o coronavírus em países mais adiantados, como os Estados Unidos e alguns da Europa, também animou os mercados
Recuperação econômica
Mas a B3 não reagiu apenas a esse cenário mais favorável às commodities, no mercado internacional. No terreno das expectativas domésticas, a perspectiva de uma gradual recuperação de alguns setores da economia, principalmente varejo, puxada pela possível aceleração do ritmo de vacinação contra a covid-19, também trouxe certo otimismo à bolsa.
A temporada de balanços, que ainda não terminou, contribuiu para a movimentação de negócios, com resultados positivos como os da Vale e do banco Santander, pela perspectiva de que novos balanços que ainda serão divulgados apontarão dados positivos do lado real da economia.
O mercado de ações tocou os negócios relativamente descolado de ruídos políticos domésticos, ocupado apenas em monitorar, no radar, as movimentações em Brasília. De todo modo, reagiu bem, de acordo com especialistas, à solução do impasse do Orçamento 2021 sem algumas das medidas que poderiam desrespeitar o teto de gastos.
Maio começa com novas expectativas e outras preocupações no radar do mercado financeiro. Já nesta semana, no dia 5, o Banco Central define o rumo da taxa básica de juros, Selic. A previsão é de nova alta, de 0,75 ponto porcentual, no juro básico, que está em 2,75% ao ano. Qualquer ajuste diferente dessa estimativa poderia gerar reação no mercado financeiro, para o bem ou para o mal, segundo especialistas.
Outro evento com potencial para causar instabilidade no mercado de ações é o início dos trabalhos da CPI que investigará a atuação do governo no combate à pandemia do coronavírus. “A instalação da CPI da Covid complica a situação do governo”, avalia o administrador de investimentos Fabio Colombo. “Em razão da alta do Ibovespa em abril (que se soma à de 6% em março), a recomendação é de venda gradual da carteira de ações.”
Confira quanto rendeu cada aplicação em abril, de acordo com os cálculos do administrador de Investimentos Fabio Colombo:
Quem ganhou e quem perdeu em abril
Aplicação Rendimento (%)
1º – Bolsa de Valores de São Paulo 1,94
2º – IGP-M 1,51
3º – Títulos IPCA * 0,40 a 0,50
4° – IPCA ** 0,29
5º – Fundos de renda fixa *** 0,19 a 0,29
6º – Fundos DI *** 0,18 a 0,28
7º – CDB *** 0,15 a 0,25
8º – Caderneta 0,16
9º – Ouro – 0,81
10º – Euro – 1,06
11º – Dólar – 3,49
Obs.: * indicativo
**estimativa
*** média