Zebras do Paulistão: relembre os campeões mais inusitados do torneio
Nem sempre o título fica com os grandes: veja os times do interior que já foram zebras do Paulistão
Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo. Na ordem, estes são os clubes mais vitoriosos do Campeonato Paulista. Os quatro grandes estão
acostumados a se alternar na lista de campeões do torneio. No entanto, de tempos em tempos, aparecem as zebras do Paulistão.
Ao olhar para a história do campeonato, que começa em 1902, logo se percebe que as primeiras edições foram dominadas por times que não existem mais. Tais como Paulistano, São Paulo Athletic, Germânia, Internacional e Americano.
Mas estes times não podem ser considerados zebras do Paulistão, afinal, reuniam os melhores jogadores em uma época em que o futebol nem era profissionalizado. O mais antigo entre os clubes grandes, portanto, é o Corinthians, fundado em 1910. Assim, o Alvinegro é o maior vencedor do torneio, com 30 títulos.
O Palmeiras, fundado em 1914 como Palestra Itália, vem logo em seguida com 22 títulos. Mesmo número do Santos, clube criado em 1912. Já o São Paulo só passou a existir em 1930, e ainda assim possui 21 troféus. A Portuguesa, também da capital, tem três. Depois deles, então, chega a vez de listar as maiores zebras do Paulistão.
Zebras do Paulistão
Inter de Limeira
Na época em que estava acostumada a figurar na elite do Campeonato Brasileiro, a Inter de Limeira desbancou o Palmeiras na decisão de 1986 e se tornou o primeiro time do interior a conquistar o estadual de São Paulo.
Primeira das grandes zebras do Paulistão, a Associação Atlética Internacional de Limeira era treinada por Pepe, que fez história ao lado de Pelé como jogador no Santos. Depois de ser campeã do segundo turno, a Inter encarou justamente o Santos na semifinal. Venceu os dois jogos e se classificou para a decisão.
O adversário na final seria o Palmeiras, que estava há 10 anos sem levantar o troféu. Com um empate sem gols no jogo de ida e uma vitória por 2 a 1 no duelo decisivo, a Inter de Limeira assegurou o título inédito e inaugurou a era das zebras do Paulistão. Já o Palmeiras amargaria mais sete anos de jejum no estadual.
Bragantino
Depois da entrada de novos investimentos e da mudança do nome para Red Bull Bragantino, o time de Bragança Paulista fez a melhor campanha da fase de grupos do Paulistão 2020. Assim, nem seria tanta surpresa se ficasse com o título. No entanto, há 30 anos, a situação era diferente. Por isso, a “final caipira” de 1990 é, até hoje, considerada a mais inusitada da história do campeonato.
A decisão de 1990 teve não apenas uma, mas duas zebras do Paulistão: Bragantino e Novorizontino. Comandado por Vanderlei Luxemburgo, o Bragantino foi o primeiro colocado do grupo que tinha Palmeiras e Santos. Na outra chave, o Novorizontino, treinado por Nelsinho Baptista, desbancou o Palmeiras e foi à final.
Além dos técnicos, que ganhariam fama no futebol brasileiro, a final caipira contou com três jogadores que seriam tetracampeões com a seleção brasileira. O zagueiro Márcio Santos e o atacante Paulo Sérgio defendiam o Novorizontino, enquanto o volante Mauro Silva estava no Bragantino. A decisão foi disputada: depois da prorrogação, o empate por 1 a 1 persistiu e o Bragantino levou a taça por ter feito a melhor campanha.
São Caetano
Para um time que já tinha chegado a duas finais de Campeonato Brasileiro e era comandado pelo técnico Muricy Ramalho, fica até difícil colocá-lo em uma lista de zebras do Paulistão. Pena que, desde o título de 2004, o São Caetano não conseguiu repetir seus grandes feitos. Atualmente, está na Série A2 do Paulistão e na Série D do Brasileirão.
Naquele ano, o São Caetano entrou no campeonato com um elenco forte, que contava com nomes como o atacante Euller, o lateral-esquerdo Gilberto (que jogava como meia) e o volante Mineiro, que no ano seguinte faria o gol do título mundial do São Paulo.
A final também foi “caipira”: depois de passar por São Paulo e Santos, o São Caetano encarou o Paulista de Jundiaí, que havia desbancado Ponte Preta e Palmeiras. Com duas vitórias nos dois jogos decisivos, o time do ABC assegurou o seu primeiro e único título estadual.
Ituano
Última das grandes zebras do Paulistão, o Ituano conquistou o troféu de 2014 após desbancar o Santos na decisão por pênaltis. Antes, o time gerido por Juninho Paulista e treinado por Doriva já tinha eliminado o Palmeiras na semifinal, além do Corinthians, que ficou ainda na fase de grupos.
Mas não foi o primeiro título paulista do time de Itu, que já havia soltado o grito de campeão 12 anos antes. O Paulistão de 2002, no entanto, foi totalmente atípico, pois não teve final e nem a participação dos clube grandes, que disputavam o Torneio Rio-São Paulo. Assim, o Ituano se sagrou vencedor após liderar nos pontos corridos.