Gravações do caso Robinho geram revolta nas redes sociais

A divulgação das gravações usadas pela Justiça italiana para condenar Robinho por estupro geraram uma nova onda de protestos contra o reforço do Santos

A divulgação das gravações usadas pela Justiça italiana para condenar Robinho por estupro geraram uma nova onda de protestos contra o reforço do Santos. O material reúne conversas obtidas com autorização judicial e foi revelado nesta sexta-feira (16) pelo GE.com.

Robinho teria participado de um estupro coletivo contra uma mulher albanesa de 22 anos. O caso ocorreu em 2013, em uma boate de Milão, na época em que o atacante jogava no Milan. Em 2017, o jogador foi condenado em primeira instância à pena de nove anos de prisão.

A repercussão das gravações levaram à suspensão do contrato do jogador. “O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália”, informou o clube em nota oficial.

Gravações incriminam Robinho

De acordo com os documentos que vieram à tona, Robinho prestou depoimento em 2014 e admitiu que teve relações sexuais com a vítima. Mas disse que o ato foi consensual. No entanto, uma conversa telefônica entre o jogador e o músico que tocava na boate, Jairo Chagas, sugere o contrário.

“Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, diz Robinho em uma das gravações. Em outra conversa com Ricardo Falco, que também é réu no processo, o atacante concorda dizendo “sim” ao ouvir que “ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé”.

Para a Justiça italiana, portanto, as gravações são auto-incriminatórias. Assim, se tornaram decisivas para a condenação em primeira instância do jogador e de seu amigo Falco. No entanto, Robinho recorre em liberdade, e o caso irá para a corte de apelação de Milão em dezembro.

Protestos contra Robinho e o Santos

Desde então, Robinho continuou jogando no Basaksehir, da Turquia. Na semana passada, então, o Santos apresentou o atacante como reforço. Mas a repercussão negativa foi imediata, e um dos patrocinadores, a Orthopride, rompeu contrato com o clube.

Depois das gravações do processo contra Robinho, outro parceiro, a Kicaldo, pressionou o Santos a desistir de contratar o atacante. Além disso, a hashtag “Fora Robinho” chegou aos Trending Topics do Twitter.  Em certo momento, os internautas adotaram outro termo, “Levanta o Robinho”, para pedir que os zagueiros do Brasileirão peguem pesado com o atacante.

Desabafo de Casagrande

O nome do comentarista Walter Casagrande também figurou entre os termos mais comentados nas redes sociais. Afinal, durante a sua participação no Globo Esporte de São Paulo, Casão fez um desabafo sobre o caso. “Eu estou assustado com a sociedade brasileira. Não é o apedrejamento do Robinho, é o apedrejamento da moral. Não se pode inverter os valores”, comentou

“O Robinho está condenado a nove anos de prisão por violência sexual na Itália. Recorreu, mas, neste momento, está condenado. No Brasil, se solta traficante, o vice-líder é preso com dinheiro na cueca. A Carol Solberg, por se manifestar politicamente, a CBV censura. E o Santos contrata um jogador condenado por estupro. Não vou me calar”, disparou Casagrande.

Por outro lado, a defesa do jogador reitera sua inocência e reforça que Robinho ainda não está condenado pela Justiça italiana, pois ainda aguarda a sentença final. Segundo os advogados, o atacante é um “homem livre” não está foragido no Brasil.

O presidente do Santos, Orlando Rollo, chegou a dizer que o movimento contra Robinho é “desumano” e afirmou que contratou o atacante porque não há condenação definitiva.

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