Fã de Fidel e Che Guevara: o lado ativista de Maradona
O ídolo da seleção argentina faleceu na manhã de quarta-feira, dia 25 de novembro. Por isso, sua história dentro e fora dos gramados está sendo relembrada.
A morte de Diego Maradona foi confirmada nesta quarta-feira (25). Na manhã de hoje, o ex-joagador de futebol foi encontrado morto em sua casa, Tigre, cidade vizinha de Buenos Aires. O argentino foi vítima de uma parada cardiorrespiratória aos 60 anos. Segundo a imprensa argentina, seis ambulâncias foram chamadas para atender o ex-jogador, mas os médicos não conseguiram salvá-lo. Maradona deixou três filhas, Jana, Giannina e Dalma.
O crack é um ídolo dentro de seu país natal, Argentina, mas é admirado também no restante do mundo. Contudo, Maradona tinha um lado ativista e político fora dos campos, entenda mais sobre sua história.
Morte de Diego Maradona
Diego Armando Maradona nasceu em Lanús, província de Buenos Aires, na Argentina, no ano de 1960. O ex-futebolista jogava na posição de meia e atacante. É considerado um ícone do futebol e ídolo argentino. Além disso, foi campeão mundial pela seleção argentina na copa do mundo de 1986. Neste mesmo ano, Maradona fez o gol considerado o mais bonito da história todas as copas do mundo. Confira abaixo:
Maradona, antes de se afastar por conta da pandemia da COVID-19, era técnico do time Gimnasia La Plata, que salvou do rebaixamento após, a temporada foi dada por encerrada e todas as quedas e acessos foram anulados, por causa da pandemia.
Em junho, o contrato do argentino foi renovado com o clube, decisão muito comemorado pelos torcedores do time.
Ativismo político
Além de brilhar nos campos, Maradona foi uma figura destaque fora dos gramados também. O argentino carregava no corpo a tatuagem de Che Guevara e os ideais políticos da esquerda na América Latina. Sua postura ativista chamou a atenção do público, havia aqueles que condenavam suas atitudes e aqueles que aplaudiam seu engajamento.
Aliado da esquerda latina
Diego era amigo pessoal dos irmãos Castro, além de defender e ajudar os médicos que trabalham ao redor do mundo. Maradona é tido quase como um embaixador informal da medicina cubana. Inclusive também fez tratamento para reabilitação do vício em drogas em Cuba, no Centro de Saúde Mental (Censam), entre os anos 2000 e 2005. O argentino frequentemente passava suas férias no país latino, com o qual mantinha relação amistosa.
Era amigo de Hugo Chavez, além disso, em janeiro deste ano, passou alguns dias na Venezuela, para dar “apoio político” ao chefe de governo local, Nicolás Maduro.
Já jogou futebol com Evo Morales a seis mil metros de altura, quando a FIFA tentou proibir os jogos na altitude. Os apoiadores do bolivarianismo viam em Maradona uma figura aliada à sua luta dentro na Bolívia. No ano passado, o crack lamentou “o golpe de Estado orquestrado na Bolívia”, que ocasionou a renúncia do então presidente Evo Morales.
Em novembro de 2019, afirmou “que se fez justiça” com a libertação de Luiz Inácio Lula da Silva, que estava preso na sede da Polícia Federal de Curitiba. Em seu país, já se declarou apoiador do modelo de governo kirchnerismo de Cristina Kirchner. Ano passado fez a seguinte afirmação durante as eleições: “Peço ao povo apoie este governo. Que façam isso de casa, nas redes sociais. Porque, esteve governo não é de Alberto e Cristina. É de todos”.
Em 1997, celebrou um gol do Boca Juniors com um beijo na boca do seu companheiro Claudio Caniggia, chocando o público no estádio La Bombonera. Atitude considerada transgressora para a época.
Concidentemente, Maradona e o ex-presidente cubano Fidel Castro morreram no mesmo dia do ano.
Manifestações pela morte de Maradona nas redes sociais
Várias figuras políticas, como o ex-presidente Lula, Christina Kicshner e Evo Morales, fizeram manifestações lamentando a morte de Maradona nas redes sociais. Confira as principais.
https://www.instagram.com/p/CIBZ4Twlc0C/
Con un dolor en el alma me he enterado de la muerte de mi hermano, Diego Armando Maradona. Una persona que sentía y luchaba por los humildes, el mejor jugador de fútbol del mundo. pic.twitter.com/7cNMtRTRHG
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 25, 2020
Mucha tristeza… Mucha. Se fue un grande.
Hasta siempre Diego, te queremos mucho. Enorme abrazo a sus familiares y seres queridos. pic.twitter.com/Fv8zhnL1V3— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) November 25, 2020
Hoje perdemos Maradona, o "mais humano dos deuses", nas palavras de Galeano. Obrigado por tudo, gênio! pic.twitter.com/QffUX6JRCQ
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 25, 2020
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