Final do Paulistão: por que palmeirenses protestaram contra a escolha do árbitro
Após Luiz Flávio de Oliveira ser escalado para apitar a final do Paulistão, torcedores foram reclamar na sede da federação
Os torcedores do Palmeiras não reagiram muito bem à escolha de Luiz Flávio de Oliveira como árbitro da final do Paulistão contra o Corinthians, marcada para sábado (7), às 16h30, no Allianz Parque. Os protestos começaram nas redes sociais e chegaram até a porta da Federação Paulista de Futebol (FPF), onde um grupo de palmeirenses exibiu uma faixa perguntando: “Cadê o sorteio no apito?”.
A partir desta edição do Campeonato Paulista, a escolha dos árbitros passou a ser feita pela própria comissão de arbitragem da FPF. O Palmeiras votou contra a mudança, mas já sabia desde o começo que não haveria mais sorteio. Então por que, afinal, os torcedores alviverdes reclamaram tanto da escolha de Luiz Flávio de Oliveira, experiente árbitro com a chancela da Fifa?
Para começar, os palmeirenses já estavam ressentidos com a arbitragem de Raphael Claus no jogo de ida da final do Paulistão, que terminou empatado em 0 a 0. Reclamaram de falta de coerência no lance em que Jô acertou uma solada em Gustavo Gómez, mas não foi expulso. A escolha de Luiz Flávio para a decisão só aumentou a revolta alviverde.
Histórico do árbitro da final do Paulistão
O histórico de Luiz Flávio nos dérbis, no entanto, não tem tantas polêmicas. Ele já apitou outros cinco clássicos entre Palmeiras e Corinthians desde 2005, com três vitórias corintianas e duas palmeirenses. No último duelo, pelo Paulistão do ano passado, o Alvinegro levou a melhor em partida marcada pela expulsão de Deyverson após uma cusparada em Richard.
A desconfiança dos palmeirenses com o árbitro da final do Paulistão remete à decisão da Copa do Brasil de 2015, quando Luiz Flávio de Oliveira deixou de marcar um pênalti sobre Lucas Barrios no jogo de ida. Na época, o então presidente Paulo Nobre chamou a decisão de vergonhosa. Ainda assim, no fim das contas, o Palmeiras se saiu campeão.
O principal motivo da rejeição a Luiz Flávio, no entanto, nem diz tanto respeito aos jogos do Palmeiras, mas sim quanto às suas atuações nos clássicos entre Corinthians e São Paulo. Tudo começou quando ele marcou dois pênaltis contra o Tricolor na vitória alvinegra por 3 a 2 pelo Brasileirão de 2014.
Em 2017, o árbitro validou um gol ilegal de Jô contra o São Paulo pelo estadual. Para completar, na final do Paulistão do ano passado, deixou de marcar um pênalti depois que a bola tocou na mão de Ralf, em lance que contou com a ajuda do VAR.
Irmãos árbitros
Além disso, Luiz Flávio de Oliveira é perseguido pelos rivais do Corinthians por ser irmão de Paulo César de Oliveira, ex-árbitro e hoje comentarista de TV. Paulo apitou a semifinal entre Palmeiras e Corinthians no Paulistão de 2011, jogo que entrou para o folclore do futebol brasileiro pela frase “fala muito”, dita pelo técnico Tite a Luiz Felipe Scolari.
Na ocasião, após um choque entre o corintiano Liedson e o alviverde Danilo, Paulo César de Oliveira resolveu expulsar apenas o jogador palmeirense. Felipão “falou muito”, e também acabou expulso. Depois do jogo, que terminou com classificação alvinegra nos pênaltis, o técnico do Palmeiras disse que o árbitro entrou “premeditado”. Paulo César chegou a processar Felipão por causa desta declaração. O treinador escapou de pagar indenização, mas foi suspenso por seis jogos.