Covid no Brasileirão: surto da doença pode paralisar campeonato
Alto número de casos de covid-19 em todas as divisões do Brasileirão põe em risco a continuidade dos campeonatos
No mesmo fim de semana em que o Brasil chegou à marca de 100 mil mortes por coronavírus, começaram os campeonatos nacionais das séries A, B e C. Por consequência, os resultados fora de campo foram desastrosos, com um surto de covid no Brasileirão que ameaça interferir na disputa e até interrompê-la.
Covid no Brasileirão: cronologia
No sábado, dia 8 de agosto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu início ao Campeonato Brasileiro. A Série B já tinha feito seus primeiro jogos no dia anterior, e a Série C também iniciava os trabalhos. No primeiro dia, tudo pareceu correr dentro do planejado. O dia seguinte, no entanto, começou com duas notícias preocupantes.
Goiás x São Paulo
Na manhã de domingo, dia 9, o Goiás recebeu a notícia de que dez jogadores do elenco estavam contaminados com covid-19. No mesmo dia, o clube faria sua estreia no Brasileirão contra o São Paulo. O time paulista viajou até Goiânia e já estava alinhado no gramado do estádio Serrinha quando veio a confirmação do adiamento da partida.
Segundo a CBF, um problema de logística causou o atraso da entrega dos resultados dos exames feitos pelo Hospital Albert Einstein, reponsável por realizar os testes de covid-19 no Brasileirão. O jogo entre Goiás e São Paulo ainda não tem nova data para acontecer. Mas este não foi o único problema naquele domingo.
Treze x Imperatriz
Pela Série C, o Imperatriz, do Maranhão, viajou até Campina Grande, na Paraíba, para enfrentar o Treze. Chegando lá, a delegação do clube maranhense ficou sabendo que 12 jogadores testaram positivo para covid-19. O time do Treze já estava dentro do estádio quando a partida foi adiada.
CSA x Guarani
Antes da estreia na Série B contra o Guarani, o CSA precisou afastar oito jogadores que testaram positivo para o coronavírus. O jogo foi realizado mesmo assim, e apesar dos desfalques, o time alagoano venceu por 1 a 0. O problema é que, depois da partida, o número de infectados dobrou, e mais da metade do elenco precisou ser isolada. Assim, o jogo contra a Chapecoense foi adiado.
Corinthians
No dia anterior ao compromisso contra o Atlético-MG em Belo Horizonte na estreia do time no Brasileirão, o Corinthians anunciou três casos confirmados de coronavírus. Além do zagueiro Gil e do atacante Léo Natel, um profissional do clube também foi infectado. Com os dois desfalques, o alvinegro estreou com derrota por 3 a 2.
Atlético-GO
Na véspera da estreia no Brasileirão contra o Flamengo, o time goiano ficou sabendo pela TV que tinha quatro jogadores com covid-19. Depois que o secretário-geral da CBF fez o anúncio em uma entrevista, o clube recorreu e alegou que os jogadores tinham feito o teste há mais de dez dias, e estavam assintomáticos. O recurso foi aceito, e os atletas então foram relacionados na vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo.
Mudança de protocolo
Depois que os jogos adiados na primeira rodada do Brasileirão, a CBF anunciou mudanças no protocolo de covid-19. As testagens a cada rodada foram ampliadas para todos os inscritos na competição, mesmo que não estejam relacionados. E os clubes foram liberados a realizarem os exames em laboratórios locais, para evitar problemas de logística no envio dos resultados pelo Hospital Albert Einstein.
“O resultados deverão ser enviados à CBF até 24h antes da partida pelo clube mandante e até 12h antes da viagem pelo clube visitante, o que permitirá que qualquer equipe proceda a troca de eventuais jogadores com teste positivo”, informa o comunicado da entidade.
Chance de paralisação por covid no Brasileirão
Para o Sindicato dos Atletas de São Paulo, no entanto, as mudanças no protocolo não são suficientes. A entidade pede mudanças mais profundas para proteger a saúde dos jogadores e profissionais dos clubes. E caso não seja atendida, ameaça ir à Justiça para pedir a paralisação do futebol brasileiro nas três divisões já em andamento.
Em documento enviado à CBF, a entidade exige que os jogadores permaneçam isolados por pelo menos sete dias antes dos jogos, como foi feito na Alemanha. Mas o calendário apertado do Brasileirão inviabilizaria esta opção. Outra alternativa apresentada pelo sindicato foi o isolamento permanente, a exemplo do que tem sido feito na bolha da NBA.