Taxa de desemprego atinge recorde com 14,1 milhões de desocupados
A taxa de desemprego atingiu o maior patamar desde 2012, registrando o recorde histórico. Os mais atingidos são mulheres, jovens e negros.
A taxa de desemprego atingiu a porcentagem de 14,6% no terceiro trimestre deste ano. Sendo assim, há mais de 14,1 milhões de brasileiros sem trabalho com carteira assinada. Os dados foram divulgados hoje (27) pelo IBGE e compõem a pesquisa do órgão, Pnad Contínua.
“Essa é a maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no país”, informou o IBGE.
Dessa forma, na comparação com o trimestre anterior, ou seja, entre abril e junho, houve um aumentos de 13,3% na taxa de desemprego do país. Isso representa que mais de 1,3 milhão de pessoas buscam por emprego.
Além disso, a população inserida na força de trabalho no Brasil chegou a 96,5 milhões de pessoas entre julho e setembro e, na comparação com o trimestre anterior, manteve-se estável. No entanto, em relação ao mesmo período de 2019, registrou queda de 9,2%, ou seja, menos 9,8 milhões de pessoas.
Taxa de desemprego do Brasil
As partes da população mais afetada pelo desemprego são as mulheres, os jovens entre 18 e 24 anos e pessoas pretas.
Além disso, brasileiros que não possuem ensino superior completo. Isso pode ser explicado pela substituição do emprego presencial pelo teletrabalho, sendo assim, maior entre a população com graduação completa, segundo a Pnad Contínua COVID-19.
Na população desocupada, as maiores taxas ocorreram entre as mulheres, os jovens e pessoas pretas. De acordo com a pesquisa, enquanto entre os homens a taxa foi de 12,8%, entre as mulheres, chegou a 16,8%. Entre os que se declararam brancos (11,8%), ficou abaixo da média nacional (14,6%), mas entre os pretos (19,1%) e os pardos (16,5%), ficou acima.
A taxa de desocupação nas pessoas com ensino médio incompleto era de 24,3% e, portanto, superior à dos demais níveis de instrução. No grupo com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 17,1%. O percentual é mais que o dobro do verificado para aqueles com nível superior completo, que ficou em 7,0%.
A taxa de desocupação dos jovens de 14 a 17 alcançou 44,2%, mais elevada do que a daqueles na faixa entre 18 e 24 anos, que ficou em 31,4%. Os percentuais estão acima do patamar da taxa média total de 14,6%.
Carteira assinada
Por outro lado, o mês de outubro registrou a assinatura de mais de 394,9 mil carteiras de trabalho. Sendo assim, integra o quarto mês consecutivo de geração de empregos formais. A divulgação dos dados aconteceu ontem (26) pelo Ministério da Economia. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registrou-se o resultado recorde para o mês, a maior desde 1992. Contudo, no acumulado do ano, o saldo está em déficit.
Vale ressaltar que a Pnad Contínua do IBGE contabiliza o mercado de trabalho de maneira mais ampla que o Caged, ou seja, além dos números de admissão por carteira de trabalho, também considera a taxa de informalidade.
Sabendo disso, a economista e analista da Pnad Contínua, Adriana Beringuy, destacou que a taxa de desemprego indica o aumento da informalidade no país. “Parte da ocupação que cresce no terceiro trimestre é a que vem do trabalho informal, ou seja, não se observa ainda uma reação de emprego com carteira, por exemplo”, destacou Adriana.
A analista acrescentou que “por outro lado, o trabalho sem carteira assinada já mostra, sim, um processo de recuperação. O que se pode perceber é que, no terceiro trimestre, há um cenário menos desfavorável do que aquele cenário ruim visto no segundo trimestre”.
*Com informação de Agência Brasil
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