Setor público tem déficit primário de R$ 11 bilhões em fevereiro, diz BC
Resultado ficou abaixo do registrado em fevereiro de 2020, quando o setor público encerrou com déficit de R$ 20,9 bilhões
O setor público consolidado, formado por estados, municípios e empresas estatais, registrou déficit primário de R$ 11,8 bilhões em fevereiro. Apesar de elevado, o resultado representa quase a metade do verificado em fevereiro de 2020, quando o déficit primário ficou em R$ 20,9 bilhões.
Déficit primário
No acumulado do ano de 2021, até fevereiro, o setor público consolidado teve superávit de R$ 44,6 bilhões, acima dos R$ 35,4 bilhões do primeiro bimestre de 2020, informou, nesta quarta-feira, o Banco Central. O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit primário de R$ 22,5 bilhões. Já os governos regionais tiveram superávit de R$ 10,5 bilhões e as empresas estatais superávit de R$ 212 milhões.
Os gastos com os juros da dívida pública em fevereiro somaram R$ 29,2 bilhões, acima dos R$ 28,5 bilhões de fevereiro de 2020. No acumulado em 12 meses, esse gasto soma R$ 316,5 bilhões em fevereiro de 2021, valor que corresponde a 4,22% do Produto Interno Bruto (PIB).
Resultado nominal
O resultado nominal consolidado (resultado primário mais os juros nominais) registrou déficit de R$ 41 bilhões em fevereiro e déficit de R$ 1.008,2 bilhões no acumulado de 12 meses. Este número é importante porque é para ele que as agências de classificação de risco olham quando analisam o endividamento de um país, uma que que refletem sua saúde financeira.
Dívida líquida
O setor público fechou fevereiro com 61,6% comprometidos com a dívida líquida, que atingiu R$ 4.619,6 bilhões. O resultado reflete principalmente os impactos do déficit primário, dos juros nominais, da desvalorização cambial e do crescimento do PIB nominal. Já a dívida bruta, que inclui os gastos do Governo Federal, do INSS e dos governos estaduais e municipais, somou R$ 6.744,2 bilhões em fevereiro, montante que corresponde a 90% do PIB. alta de 0,6 ponto porcentual do PIB. Segundo o BC, o crescimento da dívida bruta em fevereiro é explicada pelas emissões líquidas de dívida, da incorporação de juros nominais e do efeito do crescimento do PIB nominal.