Poupança financeira de crédito de carbono é possível?
Fomos atrás da resposta para entender quais as melhores escolhas quando o assunto é crédito de carbono, e se é possível tornar o investimento em uma poupança financeira.
Quem deseja investir em crédito de carbono pode ter muitas dúvidas de como funciona. Embora não seja nada extremamente novo, o mercado existe desde 2005, ele tem chamado não só a atenção de pequenas e médias empresas, mas também de pessoas físicas que buscam se aventurar no mundo de investimentos. Mas é possível fazer uma Poupança financeira de crédito de carbono?
Conversamos com o CEO da MOSS, maior e única plataforma de venda de créditos de carbono do Brasil, para entender se é possível tornar o crédito de carbono em poupança financeira, e qual é o perfil das pessoas que estão no mercado atualmente. Confira a seguir a entrevista do DCI com Luis Felipe Adaime.
O que é crédito de carbono?
Antes de entender se o crédito de carbono pode ou não se tornar uma poupança, assim como outras moedas, vamos começar pelo básico: afinal, o que é então esse crédito que se refere ao gás de carbono? Em linhas gerais, o crédito de carbono é um selo digital que precifica a produção de CO2 de grandes empresas, e até mesmo de nações.
Para gerar um crédito de carbono, que equivale a uma tonelada de carbono (em média de 5 dólares), é importante apresentar um projeto ambiental qualificado perante um sistema de registro público, e que se enquadra no MDL, sigla de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. A compra e a venda é bastante líquida, podendo variar de acordo com a negociação em questão. Exemplo: se uma multinacional produz 12 bilhões de carbono por ano, ela pode se tornar “carbono neutro” comprando 12 bilhões de crédito de carbono de uma empresa que não poluí, ou poluí abaixo da média.
Entretanto, o mercado não é somente para gigantes. Pessoas físicas, empresários e investidores de pequeno e médio porte também pode se arriscar no crédito de carbono, que assim como qualquer outro investimento, como Bitcoin ou ações, pode cair e subir a qualquer momento. O sistema de crédito funciona como uma Bolsa de Valores.
Como comprar crédito de carbono?
Embora não apresente restrição, não é qualquer pessoa que deve sair investindo sem pesquisar. É importante estudar o mercado, para assim, fazer boas escolhas. Também já é possível se assessorar, papel da plataforma MOSS, que vende, compra e serve é já é considerada a maior plataforma de créditos de carbono do país.
Ao DCI, Luis Felipe Adaime explica como funciona para quem deseja conhecer melhor esta nova forma de investimento, que traz como principal proposta combater as mudanças climáticas do mundo. “A gente procura investir em educação para espalhar o conceito do crédito de carbono. É possível sim investir e gerar recursos para a floresta Amazônia, por exemplo. O gerador do crédito de carbono é como uma vinícola, todo ano tem safra”, explica.
Quem compra crédito, não necessariamente precisa gerar. Normalmente, para gerar crédito de carbono é preciso de um investimento maior – comparado com o perfil de pessoa física que procura movimentar as economias em busca de gerar algum lucro em cima delas.
Poupança financeira de crédito de carbono
Segundo Luis Felipe Adaime, a resposta é sim. Por se tratar de uma moeda como qualquer outra – o token MCO2 já está disponível no mercado Bitcoin – é possível fazer uma poupança financeira de crédito de carbono. O CEO da MOSS, especializada no assunto, afirma: “Não é possível codificar ou fraudar o crédito de carbono”, e ele também não expira, portanto, é acumulativo.
O que pode acontecer é a compensação de valores, que varia de acordo com o mercado. Entretanto, uma tonelada de carbono sempre continuará valendo um crédito, agora o valor deste depende da cotação do dólar, inclusive. Mas o empresário garante que a transação é segura.
“Quando você compra um crédito de carbono nas bolsas de arquivo digitais, você consegue ver por cada carteira que passou, desde a origem do projeto de conservação ambiental (fonte inicial). Isso agrega uma segurança e credibilidade que não existia a anos no mercado de investimentos”, diz Luis Felipe.
Assim como o novo mundo que nos espera, o crédito de carbono é 100% digital, apesar de sua representação no meio ambiente. Não é material e não é possível transformar um crédito em dinheiro, por si só. É na compra e na venda que o crédito de carbono se torna, de fato, uma moeda física.
De acordo com o prognóstico de Luis Felipe Adaime, cada vez mais pessoas físicas e empresas estão “sacando que vale a pena se anunciar carbono neutro”. Por ser um conceito teoricamente novo, para os empresários pode ser uma boa saída. “Na maior parte dos setores você pode anunciar que é a primeira a empresa. Com mil ou dois mil reais você se torna carbono neutro, e isso reverbera, chama atenção da geração mais jovem”, explica.
Em contrapartida, grandes empresas, na maioria das vezes, compram crédito de carbono para se tornarem neutras por exigência. No Brasil, a promessa é que o governo federal um dia regulariza este trâmite, que até o momento tem como único canal oficial o RenovaBio, projeto que prevê que grandes empresas de combustíveis se mostrem preocupadas em reduzir poluição e emissão de gases de efeito estufa, que prejudicam o meio ambiente e o planeta Terra.
Perfil de quem investe em crédito de carbono
Em resposta a uma demanda da sociedade, este novo investimento é prometido como uma saída para conter o aquecimento global entre outras mudanças climáticas que acarretam o planeta. Atualmente, de acordo com o CEO da MOSS, o mundo gera cerca de 55 bilhões de toneladas de carbono ao ano, 25 vezes mais em comparação há 12 anos.
Com certeza a emissão de gases de efeito estufa já provaram que são capazes de colocar em risco a existência humana. Este, por sua vez, é o principal mote do mercado de crédito de carbono. “Precisamos salvar o planeta, então forçar as grandes empresas a pagarem por suas poluições é uma saída”, afirma Luis Felipe.
Na opinião do CEO, a demanda dos consumidores também exige cada vez mais “carbono neutro” das companhias, para assim, consumir seus produtos. Ele pontua que demograficamente o público entre 20 e 40 anos é o principal para mobilizar o crédito de carbono. “É uma resposta dos consumidores e também dos investidores, como métrica de investimento.”