Saiba qual seria o salário ideal para viver no Brasil
O Dieese já faz esse levantamento há anos, e o resultado, pode te surpreender.
Você já parou para pensar quanto que seria o salário ideal para viver no Brasil e ter boas condições de alimentação, moradia e bem-estar? O Dieese já faz esse levantamento há anos, e o resultado, pode te surpreender.
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o valor vigente, nos dias de hoje, é cerca de 5 vezes menor que o ideal.
O Dieese, que é um órgão oficial vinculado sindicatos, fez uma estimativa de que, para que as condições básicas de vida sejam garantidas, seria preciso, em um mundo ideal, que esse valor fosse atingido.
O estudo considerou uma família composta por duas pessoas adultas (acima dos 18 anos) e duas crianças. Dessa forma, cada adulto deveria ganhar um valor específico, por mês. Além disso, é levado em consideração, basicamente, o preço da cesta básica.
Dessa forma, o último levantamento divulgado indica que 11 cidades do país têm sentido que essa cesta está mais cara, no geral. Ainda assim, seis das 17 capitais pesquisadas registraram uma redução no índice. Entretanto, isso não basta para que o valor geral seja maior.
Qual o salário ideal para viver no Brasil?
De acordo com o que mostrou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, o salário ideal seria de R$ 5.657,66. De acordo com o próprio órgão, esse valor alto é justificado por diversos fatores. Um deles, o principal, é de que houve um aumento no custo, na média, das cestas básicas em várias cidades brasileiras. O órgão monitora o custo desse conjunto de produtos alimentícios, dentre outros, para calcular estatisticamente o preço estimado.
Vale lembrar que no mês passado, um outro levantamento era referente ao mês de agosto sugeria que o salário mínimo ideal para o brasileiro fosse de R$ 5.583,90. Esse valor estimado é um pouco menor do que o mais recente, que foi indicado pelo Dieese. Ou seja, houve um aumento de aproximadamente 1,3% entre esses dois períodos.
Essa estimativa sobre o salário mínimo ideal leva em conta a cesta básica mais cara do Brasil, que em setembro foi verificada em São Paulo, por R$ 673,45. Na sequência da lista aparecem Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06), com Salvador (R$ 478,86) apresentando o menor valor.
Quanto é o salario mínimo no Brasil?
Atualmente, o salário mínimo instituído no Brasil é de exatos R$ 1,1 mil, muito diferente do salário ideal para viver no Brasil, de acordo com o Dieese. Ou seja, com 1.100 reais, a economia brasileira espera que seja o suficiente para as pessoas viverem e terem acesso aos bens básicos de consumo, dentre outros.
De acordo com o Ministério da Economia, o salário mínimo de 2022 pode ter um reajuste na margem de 8,4%. No entanto, esse valor ainda está sendo analisado e não teve nenhuma confirmação. Esse índice é equivalente ao que a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2021 mede.
Dessa forma, se isso se confirmar, o salário mínimo poderia passar de R$ 1,1 mil para R$ 1.192,40. Tal proposta é feita pelo governo federal e é enviada ao Poder Legislativo. Nesse momento, os parlamentares poderão aprovar, ou não.
Contudo, vale lembrar que essa estimativa só leva em consideração a inflação que já existe. Assim, se não houver nenhuma alteração a mais, os brasileiros não sentirão diferença no bolso. Os preços dos produtos ficam mais caros e o salário é sofre um reajuste sobre isso. Assim, o poder de compra permanece o mesmo.
Por que tudo está tão caro?
O trabalhador brasileiro tem sentido que o dinheiro rende cada vez menos. Isso não é um fenômeno separado e acontece, com milhões de pessoas que moram no Brasil, diariamente. Um dos fatores que indica isso é o da inflação.
Os preços de produtos e serviços consumidos pela população são os que baseiam esse indicador. Os principais deles são os alimentos, gasolina, água, luz ou o botijão de gás.
De acordo com a economista Patrícia Costa, muitos produtos são ofertados com maiores dificuldades, por conta de fatores climáticos. Por exemplo, com secas intensas e períodos muito chuvosos, a agricultura e pecuária ficam comprometidas. “Mas a demanda interna também está bem enfraquecida. Com isso, as pessoas têm menos poder de compra por conta do aumento da inflação”.
“A gente vem observando aumento no preço dos alimentos, na conta da energia elétrica, no gás e tudo faz com que as famílias brasileiras, principalmente de baixa renda, tenham menos dinheiro para os alimentos. Em agosto a gente tem ainda a influência da geada, com impacto muito negativo nas lavouras.”
Por fim, conforme o Dieese, a capital do país, Brasília (DF) teve o maior aumento sinalizado. Por lá, os brasilienses têm de desembolsar um valor cerca de 3,88% mais caro, em média. Em seguida, aparece Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com uma variação de 3,53% mais custoso, além de São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%), em Minas Gerais.
Contudo, vale destacar que houve quedas maiores em outras cidades que são capitais. Por exemplo, em João Pessoa (-2,91%), na Paraíba, e em Natal (-2,9%), no Rio Grande do Norte.
Comparando com o mesmo mês, só de que de 2020, todas as capitais analisadas tiveram alta nos preços. Principalmente, ficaram mais caras em Brasília (38,56%), Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo (19,54%)