Por que título Tesouro Selic é o mais recomendado agora

A nova elevação da taxa básica de juros, a Selic, que subiu mais 0,75 ponto porcentual, para 3,50% ao ano.

A nova elevação da taxa básica de juros, a Selic, que subiu mais 0,75 ponto porcentual, para 3,50% ao ano, e a sinalização do Banco Central de que nova alta, de igual tamanho, estaria engatilhada para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em junho, coloca foco sobre algumas aplicações que podem tirar melhor proveito desse cenário. O Tesouro Selic e os fundos DI ganham destaque.

Estão nesse grupo, de forma geral, todas as aplicações de renda fixa com juros pós-fixados atrelados à Selic. Por causa dessa vinculação, toda elevação da Selic é repassada ao rendimento.

Como ocorre com o Tesouro Selic, lembrado unanimemente pelos especialistas em investimento em momento de juros básicos em alta e possível continuidade desse movimento. Como agora. O Tesouro Selic é um título da dívida pública federal emitido pelo Tesouro Nacional que o investidor pessoa física compra na plataforma do Tesouro Direto.

“Com o aumento da Selic e a perspectiva de que vêm novas altas o investidor pode optar por maior exposição a aplicações pós-fixadas”, comenta Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. Sua expectativa é de que a Selic feche 2021 em torno de 5% e chegue a 6,50% um ano depois, no fim de 2022. Uma perspectiva que, segundo ela, reforça a atratividade de aplicações como o Tesouro Selic e os fundos DI.

O desempenho dos fundos DI acompanha o movimento da Selic porque tem a carteira formada basicamente por LFT (Letra Financeira do Tesouro), versão como é conhecido o Tesouro Selic no mercado secundário e na carteira desses fundos.

Tesouro Selic e fundos DI com mais atrativos

A atratividade do Tesouro Selic ou do fundo DI está associada tanto à rentabilidade, que tende a ser crescente, por causa de novas altas da Selic, quanto à liquidez. “Principalmente para a aplicação de reservas, guardadas para uso em situações emergenciais, que precisam ficar disponíveis para saque sem prejuízo do rendimento.”

Para o dinheiro que pode ficar investido por mais tempo, a analista da Rico indica títulos pós-fixados que mesclam juros e correção monetária no rendimento. O destaque e a indicação é o Tesouro IPCA 2026, com vencimento em 15 de agosto de 2026, que ofereceu, na última sexta-feira, juros de 3,54% ao ano mais correção monetária pelo IPCA.

Ainda dentre os títulos pós-fixados, mas de emissão privada, que o investidor encontra uma diversidade de opções em corretoras e plataformas digitais de investimento, a analista aponta as debêntures incentivadas, que estão rendendo pouco mais que o Tesouro IPCA, em torno de 4,6% ao ano mais correção monetária pela variação da inflação.

Papeis de empresa para prazo mais longo

As debêntures também exigem tempo maior de aplicação (vencimentos de dez anos ou mais), mais tempo para que o dinheiro do resgate chegue à conta e risco maior que o de um título público. As debêntures incentivadas têm como atrativo adicional a isenção de imposto de renda, benefício fiscal que pode deixar o rendimento mais encorpado.

Outro título público que acena com boa rentabilidade, segundo Paula, é o Tesouro Prefixado2026, com vencimento em 1º de janeiro de 2026. Na sexta-feira, esse título rendia juro bruto de 8,73% ao ano. Uma taxa que embute juro e correção monetária, em que, de acordo com a analista, a parcela de correção monetária estaria precificada acima da que tende a ser a inflação a cada ano até o vencimento do título.

Uma inflação declinante em relação à estimada amplia a parcela de juro real do título prefixado. Ainda assim, a analista da Rico diz que não é recomendado embarcar em títulos de prazos muito longos, acima de cinco anos, já que podem enfrentar mais volatilidade pelo caminho, até o vencimento. O motivo é o cenário incerto em relação à inflação, sobretudo pelas dúvidas quanto ao equilíbrio das contas públicas.

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