Plano Real: saiba o que foi e descubra as consequências dele para o país
Instituição de uma moeda de transição que não era física, criação de um novo plano econômico, reforma do orçamento da União… Isso tudo fez parte da história do Plano Real! Role para baixo para entender porquê isso aconteceu.
O Plano Real entrou em vigor no primeiro semestre de 1994, no governo do Itamar Franco. A medida constituía uma série de ações para estabilizar a inflação.
Dessa forma, o Ministro da Fazenda da época, Fernando Henrique Cardoso, organizou um time de economistas para atuarem na estabilização da economia. Entre as frentes principais do Plano Real estava a Âncora Nominal, que foi quando o real foi lançado, em julho de 1994, substituindo o cruzeiro real.
Contexto histórico
Para entender a necessidade do Plano Real, é importante compreender que o Brasil no início dos anos 90 vivia uma fase de inflação e de endividamento externo.
Então, se a inflação significa, em resumo, a queda do poder de compra da moeda. A hiperinflação brasileira, que ultrapassava 50% de aumento ao mês, fazia com o que dinheiro da população perdesse valor muito rápido.
O pico da inflação no Brasil foi em março de 1990, quando o índice chegou a 80%.
Ademais, o contexto histórico da época era de centralização da renda, recém impeachment de Fernando Color de Mello e tentativas frustradas de estabilização da moeda.
Quando começou o Plano Real?
Podemos considerar que o Plano Real começou em maio de 1993, quando Fernando Henrique Cardoso deixou de ser ministro das Relações Exteriores e assumiu o Ministério da Fazenda. Então, FHC começa a montar um time de economistas para atuar na estabilização da moeda.
Entre os principais nomes da equipe fundada para organizar o plano econômico estão Pérsio Arida, André Lara Resende (ambos também participaram do Plano Cruzado na década de 1980), Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch.
Em seguida, começou a implementação do Plano Real de fato, mas isso não ocorreu sem resistência política. Uma das críticas mais firmes às medidas era quanto ao aumento de impostos, e a desvinculação de gastos com saúde e educação organizados pela Constituição de 1988.
O que foi o Plano Real?
Então, o plano real foi divido em três fases: Ajuste Fiscal, Desindexação e Âncora Nominal. Em primeiro lugar, houve a estabilização das contas públicas. Em segundo, ocorreu o lançamento da Unidade Real de Valor (URV). E, por fim, aconteceu o lançamento do real.
Principais medidas do Plano Real:
- Equilíbrio das contas públicas a partir da redução de gastos e da privatização;
- Aumento dos impostos;
- Reforma do orçamento da União: criou-se o Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia que 20% da arrecadação tivesse destino livre. Com isso, alterou-se a distribuição prevista na Constituição de 1988. Em 2000, esse instrumento foi rebatizado de Desvinculação de Receitas da União (DRU);
- Desindexação da economia, ou seja, fim do reajuste dia a dia, e indexação da economia ao dólar;
- Abertura econômica do país a partir da redução das tarifas de importação e da reforma bancária;
- Criação da Unidade Real de Valor (URV), que era virtual. E, logo em seguida, instauração do Real. A URV serviu para organizar a conversão do Cruzeiro para o Real (1 real = 1 URV = 2750 cruzeiros reais).
Consequências do Plano Real
Então, com as medidas do Plano Real, a primeira consequência foi a baixa na inflação. Em julho de 1994, ela atingiu menos de 10%.
Ademais, a medida pareou a moeda brasileira com o valor do dólar. E também, melhorou a relação econômica do Brasil com outros países, por conta da maior segurança na moeda.
Além disso, com a eleição de Fernando Henrique Cardoso para presidente em 1995, institui-se algumas medidas de continuidade ao Plano Real. Como por exemplo, a de políticas de metas para a inflação para o Banco Central e a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal (2000).
Fontes: Infoescola, Brasil Escola, Mundo Educação, Estadão, Toda Política.