O que é recessão econômica e como se preparar para enfrentá-la

Um país entra em recessão quando o PIB fica negativo por dois trimestres consecutivos. Entenda melhor.

Para enfrentar uma recessão econômica é necessário entender o cenário, focar na criação de uma reserva financeira, usar a criatividade para conseguir renda e ter atenção aos investimentos.

O Brasil está em recessão econômica oficialmente. Você sabe o que isso significa? Vamos explicar. Primeiramente, um país entra em recessão quando há queda consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB) durante dois trimestres. O PIB é uma medição do crescimento da economia no período. 

No começo de setembro, o IBGE divulgou queda de 9,7% no PIB do Brasil no segundo trimestre em relação ao anterior. No primeiro trimestre, o índice já havia caído 2,5%. As quedas foram impulsionadas pela pandemia da covid-19.

 

O que acontece em um país em recessão econômica?

 

Quando um país entra em recessão econômica, significa que algumas coisas já estão acontecendo e podem se agravar. Por exemplo, há uma redução dos níveis de produtividade das indústrias, que se reflete no recolhimento de impostos. Também aumentam os níveis de desemprego e há queda na renda das famílias. Essa queda pode ser consequência da perda de vagas e também da inflação, que gera perda de poder de compra. 

Além disso, normalmente há queda dos níveis de investimento no país, refletindo o sentimento geral com relação ao crescimento econômico. No Brasil, o Banco Central revisou e divulgou hoje (24/08) sua projeção para a queda do PIB em 2020. A estimativa é de um tombo de 5% frente a uma expectativa anterior de 6,4%.

O que é recessão econômica
Imagem: reprodução / unsplash

Como se preparar financeiramente

 

Encarar uma recessão econômica não é fácil, mas é possível encontrar algumas brechas. Quem está trabalhando ou recebe algum tipo de receita deve pensar na criação de uma reserva de emergência caso não tenha uma. A reserva deve ser a soma necessária para você viver no mínimo três meses caso perca a renda. Aliás, poupar é palavra-chave neste momento. 

Ser flexível e usar a criatividade para encontrar oportunidades na crise também é importante. Isso porque apesar da queda da atividade em muitos setores, também houve crescimento em outros. É o típico “enquanto alguns choram, outros vendem lenços”. Cheque as suas habilidades e as demandas das pessoas nesta fase. Pense no que poderia oferecer para ganhar uma renda extra por exemplo. 

 

E os investimentos, como ficam?

 

Em um período de recessão econômica, é importante avaliar alternativas de investimento que propiciem ao investidor não perder poder de compra. Com a inflação projetada de 1,99% para 2020, segundo dados do Relatório Focus; e a Selic em 2.0%, é possível que muitos investimentos já percam ou venham a perder da inflação. 

“Ter um rendimento abaixo da inflação é, literalmente, perder dinheiro. É fazer com que o seu dinheiro não renda o mínimo para compensar o aumento dos preços na economia. Em outras palavras, se o valor investido render menos do que a inflação, a mesma quantia não comprará no futuro o que pode comprar hoje”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do buscador de investimentos Yubb.

Neste cenário, o Yubb selecionou quatro tipos de investimentos para o investidor se proteger: O primeiro é a renda fixa, especificamente em investimentos indexados ao IPCA ou ao IGP-M, como CDBs e títulos do Tesouro Direto. 

Outra alternativa, segundo o Yubb, seria o investimento em ações de empresas de setores específicos como as organizações do setor elétrico, beneficiadas por terem contratos reajustados pelo IGP-M ao invés do IPCA. 

Em terceiro lugar, ficariam as empresas exportadoras, que tiveram, segundo Bernardo, uma grande performance em 2020 em razão da alta do dólar contra o real, fazendo com que seus produtos se valorizem no mercado internacional. 

Finalmente, a quarta sugestão do Yubb seriam os BDRs, ações estrangeiras e outros investimentos dolarizados. “Como o próprio nome diz, são investimentos que vão acompanhar a valorização do dólar, desde que não haja proteção cambial. Consequentemente, o investidor poderá se proteger da alta do IGP-M e/ou dos efeitos do dólar sobre o IGP-M”, conclui Pascowitch.⠀

Lembramos que todos os investimentos têm seus riscos e são relacionados a determinados perfis e objetivos. Vale a pena conversar com um especialista caso tenha dúvidas. 

 

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