Muitos dos investimentos nos quais você aplica o dinheiro contam com proteção do Fundo Garantidor de Crédito, o FGC. Mas você sabe exatamente o que é esta entidade e como funciona caso venha a precisar?
Antes de tudo, saiba que o Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade privada sem fins lucrativos. Ela tem como missão proteger investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional até o limite estabelecido pela regulamentação. Este limite, no caso, é de R$ 250 mil por instituição financeira associada. O valor é por CPF ou CNPJ, havendo um teto global de R$ 1 milhão por CPF.
As instituições associadas ao FGC são a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos, bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento, sociedades de crédito e de crédito imobiliário, financiamento e investimento, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo. A lista completa, conforme determinação do Banco Central, está no site do FGC.
Confira os investimentos que têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito
Antes de investir seu dinheiro, vale a pena checar se a aplicação tem garantia do FGC. Com ela, você tem mais probabilidade de receber o dinheiro que investiu de volta caso aconteça algo com a instituição na qual aplicou. Em outras palavras, só não recebe em hipóteses muito remotas, vamos explicar adiante.
Saiba que algumas alternativas de investimento não contam com essa garantia, como é o caso dos fundos de investimento e das ações. A seguir você confere a lista dos investimentos garantidos:
– depósitos à vista ou a prazo com ou sem emissão de certificado (CDB e RDB);
– poupança;
– letras de crédito imobiliário (LCI) e de crédito do agronegócio (LCA);
– letras de câmbio (LC) e letras hipotecárias (LH);
– depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques;
– operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada.
E como investir para contar com a garantia?
É importante considerar que para obter cobertura total do FGC deve-se investir um pouco abaixo do limite de R$ 250 mil em cada instituição, algo como uma margem de segurança, já que os juros dos investimentos também são considerados no valor total caso existe algum problema.
Assim, se você investe R$250 mil e eles já se tornaram R$ 260 mil no momento em que precisa acionar o Fundo Garantidor de Crédito, apenas o valor limite é que contará com a cobertura.
Também considere que no caso de conta conjunta em uma mesma associação, será considerado apenas um CPF, ou seja, o valor coberto continua sendo de até R$ 250 mil.
Há risco do FGC não pagar?
Você pode estar pensando se a garantia do Fundo Garantidor de Crédito realmente é confiável. A resposta para essa pergunta é que, apesar de ser muito sólida, esta garantia também tem riscos. Por exemplo, se todos os CDBs ou LCIs existentes no mercado precisassem da garantia, a instituição não teria recursos suficientes para bancá-los.
Claro, seria uma tragédia e parece uma hipótese remota, mas deve ser considerada. Por isso não escolha seus investimentos apenas por conta da garantia do FGC, certo? Cheque a credibilidade e a solidez da instituição e desconfie sempre de remunerações muito maiores que a média de mercado.
Como acionar o Fundo Garantidor de Crédito
Em 2017, o Banco Neon foi objeto de liquidação extrajudicial e os clientes acionaram a garantia do FGC. Como funciona?
Primeiramente, a garantia começa a valer na data em que o Banco Central decreta intervenção ou liquidação na instituição financeira, fechando o seu acesso público. Depois, o interventor ou liquidante prepara as informações com base no saldo registrado na instituição e respeitando o limite de valor, como explicamos. A partir daí é preciso aguardar.
Finalmente, saiba que não há um prazo certo para receber o pagamento. O prazo depende das informações que a instituição repassa e variam caso a caso. Segundo o Fundo Garantidor de Crédito, normalmente o pagamento começa a ser feito entre 10 e 15 dias.