Moedas do Brasil: história dos réis à cédula de R$ 200
O Banco Central (BC) anunciou a circulação da cédula de 200 reais a partir de agosto. Confira a trajetória das cédulas brasileiras ao longo da história.
As moedas do Brasil sofreram várias modificações ao longo da história, seja em tamanhos ou valores. Ao todo, o Brasil teve 9 modelos de dinheiro. A primeira moeda oficial cunhada em território brasileiro entrou em circulação em 1694, emitida pela antiga asa da Moeda da Bahia, ainda no regime imperial.
Do Real Império até o Real, atual moeda, foram representados nas notas grandes nomes da política e literatura. Personalidades como Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), o pai da aviação Alberto Santos Dumont, imperadores como D. João VI, D. Pedro I e II, Princesa Isabel, os escritores como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, o pintor Cândido Portinari, os médicos Carlos Chargas, Oswaldo Gonçaves Cruz, e muitos outros foram estampados nas cédulas brasileiras.
Então confira as moedas do Brasil:
Real Império
Conhecido como réis, as primeiras cédulas imperiais eram semelhantes ao sistema monetário de Portugal.
A moeda esteve em circulação entre os anos 1833 e 1888, fazendo parte de todo o período do Brasil Império.
Real República
A Proclamação da República em 1888, trouxe consigo um novo modelo monetário: o Real República.
Os réis antigos tornaram-se mil réis, ou melhor, mil mil réis antigos equivaliam um conto réis.
A moeda ficou em circulação durante 53 anos, de 1889 a 1942.
Cruzeiro (Cr$)
A primeira família do Cruzeiro veio para substituir a era do réis. Além das notas, já comuns, entraram em circulação os centavos.
Em valor de conversão, um cruzeiro era equivalente a um conto de réis.
Este modelo de Cruzeiro circulou no território nacional entre os anos 1942 e 1967.
Cruzeiro Novo (NCr$)
O Cruzeiro Novo foi, na verdade, uma renovação do Cruzeiro anterior. Ainda assim, as cédulas antigas continuaram sendo utilizadas, mas carimbadas com um novo valor de troca.
A tentativa de controlar a economia e combater a desvalorização monetária retiraram os três zeros da moeda, fazendo com que mil cruzeiros tivessem o valor de 1 cruzeiro novo (Cr$ 1.000,00 = NCr$ 1,00). O caráter temporário da moeda tinha como prioridade a adaptação da população ao novo sistema monetário com menos zeros.
Além disso, os centavos, criados no Cruzeiro, foram representados em moedas metálicas tal qual conhecemos hoje, nos valores de 1, 5, 10 e 50 centavos.
As cédulas em notas tinham os valores de NCr$ 5,00 e NCr$ 10,00.
O Cruzeiro Novo começou a ser emitido em 1967 e vigorou até 1970.
Cruzeiro (Cr$)
O Cruzeiro apareceu novamente na sociedade brasileira e, com ele, a adoção de novos zeros nas cédulas. A desvalorização da moeda continuou. Em 1986, notas de cem mil cruzeiros eram comuns.
Apresentava-se em notas de 1, 5, 10, 50, 100, 500, 1.000, 5.000, 100.000 cruzeiros que circularam durante 16 anos, de 1970 até 1986.
Cruzado (Cz$)
O Cruzado circulou durante pouco tempo no país, apenas três anos (1986 – 1989).
Mais uma vez, o corte de zeros foi uma medida de controle da inflação. Novamente, três zeros foram retirados das notas, em que 1 cruzado tinha o valor de mil cruzeiros ( Cz$ 1,00 = Cr$ 1.000,00)
Os valores das cédulas eram de 10, 50, 100, 500, 1.000, 5.000 e 10.000 cruzados.
Cruzado Novo (NCz$)
Já com a Redemocratização do Brasil e a Constituição Cidadã de 1988, a economia brasileira passou por uma segunda reforma monetária em um único governo, José Sarney. O Cruzado Novo circulou apenas 1 ano, de 1989 a 1990, em território nacional para conter a hiperinflação que o país estava enfrentando.
Desta vez, menos zeros eram vistos nas cédulas que tinham valores de 1, 5, 10, 50, 100, 200 e 500 cruzados novos.
Cruzeiro (Cz$)
Assim, em 1990, uma nova reforma monetária aconteceu, após o congelamento de aplicações financeiras pelo então presidente Fernando Collor. A moeda oficial do Brasil voltou a ser o Cruzeiro, que desvalorizou rapidamente. O valor do Cruzado Novo foi mantido e ao todo, dez cédulas estavam em circulação.
Só para ilustrar, os valores iam de 50, 100, 200, 500, 1.000, 5.000, 10.000, 50.000, 100.000, até 500.000 cruzeiros.
No entanto, este Cruzeiro trouxe consigo uma novidade na estampa das cédulas. Até então, as faces das notas obtinham rostos de personalidades importantes para a história brasileira, dentre eles Marechal Rondon, médico Vital Brazil e Mária de Andrade. Além dos heróis nacionais, havia a representação da fauna do Brasil, mais especificamente a cédula de Cr$ 100.000 com a imagem de um beija-flor.
Moedas do Brasil – Cruzeiro Real (CR$)
O Cruzeiro Real foi a moeda de troca durante 11 meses apenas, de agosto de 1993 a junho de 1994. A inflação disparou, chegando a acumular 3.700% no tempo que ficou em circulação.
Dessa vez, as cédulas apresentavam valores de CR$ 50, 100, 500, 1.000, 5.000 até 50.000.
Moedas do Brasil – Real (R$)
O Plano Real foi uma medida, assim como várias anteriores, de estabilização da economia. Implantada em 1994, no governo de Itamar Franco, a nova moeda promoveu o ajuste fiscal, isto é, equilíbrio das contas públicas através do arrocho orçamentário.
Para a mudança do Cruzeiro Real para o Real, utilizou-se uma moeda transitória: a Unidade Real de Valor (URV). Esta unidade estava atrelada à cotação diária do dólar e tinha a função de intermediar a troca entre a moeda anterior, Cruzeiro Real, e o Real.
Isto é, 1 Unidade Real de Valor equivalia a 2.750 Cruzeiro Real e este por fim, tinha o valor de 1 Real (1 URV = Cr$ 2750,00 = R$ 1).
A partir de então, pessoas importantes da história brasileira deixaram de ser representados nas cédulas e foram substituídos pela fauna brasileira em uma face e a Efígie da República em outra.
1ª família de Cédulas
A primeira família de Cédulas entrou em circulação em 1994 e emitida até a segunda década dos anos 2000.
Além disso, nesse meio tempo, moedas no valor de 1, 5, 25, 50 centavos entraram em circulação.
Em 2000, uma nota comemorativa de 10 reais foi emitida, representando os quinhentos anos do Descobrimento do Brasil. Por ser uma cédula diferenciada, ficou pouco tempo em circulação e foi rapidamente recolhida em todo o território nacional.
Cada cédula possui a representação de animal da fauna brasileira:
- Beija-flor – RS1,00;
- Tartaruga-marinha – R$ 2,00;
- Garça – R$ 5,00;
- Arara – R$ 10,00;
- Mico-leão-dourado – R$ 20,00;
- Onça-pintada – R$ 50,00;
- Peixe garoupa – R$ 100,00.
- Lobo-Guará – R$ 200.
Contudo, a outra face da cédula está a Efígie da República e o número que simboliza o valor.
2ª família de Cédulas
Portanto, a segunda família do Real foi implantada na tentativa de dificultar a falsificação de cédulas. Anunciada em 2010, entrou em circulação em 2012 e 2013 e permanecem até os dias de hoje. Assim as notas anteriores foram mantidas, com exceção do valor cotado de R$ 1,00 e 1 centavo (R$ 0,01).
Neste caso, a diferenciação das notas consiste no tamanho das cédulas que variam conforme o valor. Isto é, quanto menos vale, por sua vez, o tamanho menor, no caso a de R$ 2,00.
Por fim, no dia 29 de julho de 2020, o Banco Central (Bacen) anunciou que uma nova nota entrará em circulação a partir de agosto. Por isso, a cédula de R$ 200,00 terá a representação do lobo-guará, animal nativo da fauna brasileira.
*O vídeo foi publicado em 2017.