Com desemprego, lucro do FGTS pode sofrer queda de quase 40%
Valor deve chegar a R$ 6,9 bilhões até o fim do ano, entretanto conselho prevê melhora nos próximos anos
Em decorrência do aumento do desemprego em 2020, o lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve sofrer redução de 39%, chegando a R$ 6,9 bilhões até o fim do ano. Assim, o resultado deve chegar a R$ 6,9 bilhões até o fim do ano, segundo integrantes do conselho e estimativa do orçamento do fundo.
“Com o aumento do desemprego, mais pessoas sacaram recursos do fundo em 2020 e ainda começaram outras modalidades de saques, como o aniversário. Isso afetará o resultado do fundo”, afirmou um integrante do conselho curador do FGTS.
Desemprego
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD), no trimestre encerrado em agosto o desemprego no Brasil saltou para uma taxa recorde de 14,4%. Essa é a maior taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O número corresponde a um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao semestre encerrado em maio (12,9%) e 2,6 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregadps (Caged), feito pelo Ministério da Economia, entre janeiro e setembro foram 558.597 demissões.
Recuperação do fundo
Por outro lado, as expectativas para os próximos anos estão na recuperação do Fundo, após o fim da pandemia e a retomada do comércio. Assim, estimou-se um lucro de R$ 7,3 bilhões para 2021, R$ 7,7 bilhões em 2022 e R$ 7,6 bilhões para 2023.
“Essas estimativas são conservadoras e o resultado pode melhorar com o aumento da geração de emprego. Isso dependerá do ritmo de recuperação da economia. Acredito que o lucro pode aumentar nos próximos anos”, afirmou um conselheiro do fundo.
O que é o lucro do FGTS?
A distribuição do lucro do FGTS é uma ação realizada pelo Governo desde 2017, e que permite que o trabalhador receba um dinheiro amais nas contas do Fundo. Funciona como uma espécie de jutos e correções monetárias. Antes, o lucro ficava com o governo. Entretanto, desde 2017 metade do lucro passou a ser pago aos trabalhadores.
Tem direito ao lucro todo trabalhador que tinha dinheiro no FGTS em 31 de dezembro do ano anterior, e o cálculo da rentabilidade é feito sobre um percentual de 4,9%, a soma do rendimento do fundo mais os valores distribuídos. Entretanto, o saque do lucro somente é feito nas condições normais.
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