Inflação da indústria sobe 5,22% em fevereiro, diz IBGE
Resultado, o maior da série histórica do índice, iniciada em 2014, e o segundo recorde seguido, elevou a alta acumulada para 8,95 no ano e para 28,58% em 12 meses
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a inflação das indústrias de transformação e extrativa, subiu 5,22% em fevereiro. A alta é a maior da série histórica do índice, iniciada em 2014. Também é o segundo recorde seguido, após o IBGE revisar, para cima, o resultado de janeiro, de 3,36% para 3,55%. Em 12 meses, o IPP acumula altas recordes de 8,95% no ano e de 28,58% em 12 meses. O indicador foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta segunda-feira, 30.
Inflação
O resultado, diz o IBGE, é reflexo da elevação dos preços das indústrias extrativas, com alta de 27,91%, de refino de petróleo e produtos de álcool, que subiram 12,12%, e outros produtos químicos, alta de 9,69%, de metalurgia, com avanço de 8,35%. A depreciação cambial, avalia o Instituto, é um dos fatores para o avanço do indicador, com efeito em toda a cadeia produtiva, uma vez que afeta os insumos importados. Os preços das commodities minerais, como óleo bruto e petróleo e minerio de ferro, com preços atrelados ao dólar, também subiram afetando o resultado do IPP.
“A indústria química é uma das influências mais importantes para o resultado do mês e sua alta de preços está muito associada ao aumento nos custos de matérias-primas importadas. Nas indústrias extrativas, há o efeito direto dos preços internacionais em produtos que têm impacto em toda a cadeia produtiva. A alta do óleo bruto reverbera nos derivados de petróleo e a do minério de ferro, na metalurgia e na siderurgia. É um quadro já observado em janeiro, e que, por continuidade, vem se reforçando ao longo dos últimos meses, ajudando a explicar esses resultados recordes”, explicou Felipe Figueiredo Câmara, técnico responsável pela pesquisa, na divulgação do indicador.
O aumento registrado em fevereiro é o décimo-nono seguido, quando feita a comparação mês a mês do indicador, realizada desde o mês de agosto de 2019, segundo o IBGE. O índice mede a variação dos preços de produtos na chamada ‘porta da fábrica’, ou seja, os bens de capital, bens intermediários e bens de consumo duráveis, semiduráveis e não duráveis, sem considerar os impostos e o valor do frete. Para a composição do índice foram consideradas 24 atividades das indústrias extrativa e da transformação. Dessas, 23 apresentaram alta em fevereiro.