Índice de confiança da indústria recua 3,7 pontos em março
A piora está diretamente ligada à redução do otimismo em relação às medidas restritivaspara a contenção da covid-19, à lentidão da vacinação e à interrupção dos benefícios sociais
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 3,7 pontos em março, para 104,2 pontos, o menor nível desde agosto de 2020, quando o índice atingiu 98,7 pontos, informou, nesta sexta-feira, 26, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado negativo do mês se deve à piora na satisfação dos empresários em relação à situação atual e também à redução do otimismo em relação às perspectivas para os próximos três e seis meses, devido à queda da demanda ainda sob o efeito do recrudescimento da pandemia, segundo a Fundação.
As medidas mais restritivas para contenção do covid-19 em várias cidades e estados, a lentidão do processo de vacinação, e a interrupção dos benefícios emergenciais já afetam segmentos relevantes na indústria brasileira como o de alimentos, que também vem apresentando dificuldades com a falta de matérias-primas e a elevação dos custos derrubando a confiança ao menor nível desde maio de 2020, explicou Cláudia Perdigão, do FGV Ibre, na divulgação do índice.
Queda no índice de confiança da indústria
Segundo a FGV, 11 dos 19 segmentos da indústria pesquisados tiveram queda no mês de março. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 0,8 ponto porcentual, para 78,3%, retornando assim para o patamar próximo ao de setembro de 2020 que ficou em 78,2%.
O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 3,5 pontos, para 111,4 pontos, ficando também no menor nível desde setembro de 2020, de 107,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) encolheu 3,8 pontos, para 97,1 pontos, menor nível desde julho de 2020, quando ficou em 90,5 pontos
O nível de estoques da indústria também ficou menor: caiu 5,2 pontos, para 118,2 pontos. Foi considerada aqui a piora situação corrente dos negócios, cujo indicador caiu 2,8 pontos, para 106,2 pontos. Menor patamar desde agosto de 2020, de 99,1 pontos.
A produção externa prevista para os próximos três meses foi a que mais contribuiu para a queda na confiança. O índice que mede essa produção recuou 5,2 pontos em março, para 86,2 pontos, menor patamar desde junho de 2020 de 82,9 pontos.