IGP-DI acelera alta e fecha abril em 2,22%, diz FGV

Resultado superou as estimativas previstas pelo mercado, que indicavam resultado abaixo dos 2%

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou a alta em abril registrando avanço de 2,22%, porcentual, novamente, superior ao mês anterior. Em março, o indicador ficara em 2,17%. O resultado também veio acima das estimativas previstas pelo mercado, que era em média de 1,72%. Com o resultado, o índice acumula alta de 10,38% no ano e de 33,46% em 12 meses, informou, nesta sexta-feira, 7, a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo a FGV, a puxada do indicador veio devido a uma nova onda de aumentos entre commodities agrícolas e minerais, que voltou a acelerar a inflação ao produtor. As taxas de variação de minério de ferro subiram 4,63%, de milho, 11,03% e de soja, 2,66%. As três commodities responderam juntas por 40% do Índice de Preços ao Produtos (IPA), que subiu 2,90% em abril, ante 2,59% em março.

A inflação ao consumidor, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), um dos três que compõem o IGP-DI,  foi em sentido contrário recuando 0,23% em abril, ante alta de 1,00% em março. Três das oito classes de despesa que compõem o índice registraram baixa em suas taxas de variação, com destaque, mais uma vez, para os Transportes. A redução da mobilidade em decorrência do isolamento social pela pandemia levou o item Transportes a uma queda de 0,13% bem abaixo da alta de 3,89% verificada em março.

Ainda dentro do IPC também recuaram a taxa de Habitação, que subiu 0,21% em abril ante alta de 0,75% em março,  e da Educação, Leitura e Recreação, que ampliou a queda em abril para 0,75% ante recuo de 0,37% em março. Mais significativa foram as quedas da gasolina: após registrar alta de 11,05% em março agora fechou abril em queda de 0,62%. A tarifa de eletricidade residencial saiu de uma alta de 1,02% em março para uma queda de 0,45% em abril; e a passagem aérea, que também ampliou a queda, passando de 2,73% de recuo em março para baixa de 6,51%, no mês passado.

Construção-IGP-DI

A inflação na construção desacelerou a alta em abril. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,90%, ante alta de 1,30%, em março. O recuo se deu pela queda de dois dos três grupos que compõem o INCC: Materiais e Equipamentos saiu de uma alta de 2,84 em março para alta de 1,99% em abril e Mão de Obra, que subiu 0,16% em março e agora ficou estável em abril (0,00%). Já o grupo de Serviços registrou alta maior em abril, de 0,88%, ante 0,74% de março.

Difusão

A pesquisa da FGV mostra que o número de itens contaminados com mais força pela inflação teve leve variação para cima, fechando abril em 65,48%, alta de 0,32 ponto porcentual sobre março, mês que o índice cravou 65,16%. Em março, difusão da alta em relação ao mês anterior havia sido bem maior, de 3,87 pontos porcentuais de alta.

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