Ibovespa fecha em alta de 0,34% com Orçamento no radar

Após bater os 121 mil pontos, o Ibovespa perdeu força e fechou a quinta-feira, 15, em uma leve alta de 0,34%, a 120.700 pontos, com volume financeiro negociado a R$ 30,346 bilhões. Apesar do cenário externo positivo, a preocupação de investidores com a situação fiscal do Brasil acabou azedando o bom humor do mercado e puxando o índice para baixo.

O Orçamento 2021 continua sendo um imbróglio no Planalto. As chances de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetar o texto como foi aprovado no Congresso ficaram menores após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que o governo pode perder sua base de apoio. No entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, permanece defendendo o veto do texto.

Caso Bolsonaro aceite o Orçamento 2021 como está pode ser enquadrado em crime de responsabilidade. No meio do caminho, Lira defende que Bolsonaro aceite o texto como está agora para depois corrigir “excessos”. Enquanto isso, Paulo Guedes colocou seu cargo à disposição, mas não foi levado a série pelo governo.

Apesar desse vendaval político no Brasil, um indicador melhorou o humor no Ibovespa. O volume de serviços superou o nível antes da pandemia pela primeira vez após crescimento em fevereiro acima do esperado, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), marcando um avanço de 3,7% no período.

A Reuters havia informado uma expectativa de mercado de alta de 1,5%. Agora, o setor apresenta,  em nove meses de taxas positivas, um crescimento acumulado de 24,0%, recuperando-se da perda de 18,6% registrada nos meses de março a maio de 2020. Em comparação a fevereiro do ano passado, o indicador fica 0,9% acima do patamar.

Ibovespa hoje, 15 de abril de 2021

No mercado externo, os investidores mostram bom humor ao acompanhar a temporada de resultados. Depois do Goldman Sachs e do JPMorgan, chegou a vez do Bank of America divulgar seu balanço do primeiro trimestre. A empresa superou a estimativa de lucro, de US$ 0,86 por ação, contra previsão de US$ 0,66.

A queda nos pedidos de auxílio-desemprego também animaram o mercado após registrar queda de 193 mil, ficando no patamar de 576 mil na semana passada. O resultado ficou bem abaixo da expectativa de analistas ouvidos pela Refinitiv, que era de 700 mil pedidos. O varejo americano também indica recuperação, com alta de 9,8% no mês de março.