Focus projeta melhora para a economia em 2021

Relatório divulgado nesta segunda feira reviu para cima crescimento do PIB no ano, mas piorou inflação

O boletim Focus revisou para cima sua previsão para o crescimento da economia em 2021. As expectativas dos economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central apresentaram um otimismo maior no documento divulgado nesta segunda-feira, 02, que traz uma expansão de 3,14% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ante uma previsão de 3,09% na semana passada, porém ainda abaixo da feita há quatro semanas (de 3,17% de alta). Para 2022, no entanto, o boletim repetiu o movimento de piora para o PIB, estimando um crescimento de 2,31%. Na semana passada essa previsão apontou alta de 2,34%.

Outro indicador econômico que melhorou na avaliação do boletim Focus foi da balança comercial brasileira. Economistas enxergam agora que o Brasil vai exportar mais em 2021, fechando o ano com a balança comercial em US$ 64 bilhões. Um acréscimo de US$ 5 bilhões em relação à previsão feita na semana passada, quando o número cravado para a balança ficou em US$ 59 bilhões.

Inflação ainda em alta

Assim como nas previsões anteriores nas últimas cinco semanas, a para a inflação manteve seu movimento de alta, nas expectativas de economistas. No boletim desta segunda-feira, a aposta é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para definir sua meta de inflação anual, por isso considerado pelo mercado como a inflação oficial do país, feche o ano em 5,10%. Acima da estimativa de 5,04% da semana passada e bem superior à meta de 3,75% ao ano do governo para 2021.

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 2,75% ao ano. As apostas de boa parte de analistas e economistas do mercado financeiro é de que haverá nova alta e que será de 0,75 ponto porcentual. O mesmo tamanho da última reunião. Mas a possibilidade de vir um aumento maior, de até 1 ponto porcentual, não está de todo descartada considerando-se que a inflação no mês de março ficou em 0,93%, a maior para um março desde 2015, levando o IPCA a uma alta acumulada de 6,10% em 12 meses.

Juros mantidos

Apesar de elevar a previsão para a inflação, as estimativas para os juros foram mantidas em 5,50% ao ano, a mesma da previsão feita na semana passada, quando o boletim elevou em 0,50 ponto porcentual sua aposta em relação à previsão anterior. Para 2022, a estimativa para os juros foi mantida acima dos 6% ao ano  e mais uma vez revista para cima. O boletim desta segunda-feira previu uma Selic de 6,25% ao ano, acima dos 6,13% ao ano da semana anterior.

Balança comercial

O boletim Focus também enxerga os gastos do governo subindo acima de sua arrecadação. A avaiação é de uma piora para a dívida líquida pública federal, passando a representar agora 65% do PIB, ante 64,60% que vinham sendo mantidos nas últimas cinco semanas. Com mais gastos no radar, a capacidade do governo em honrar com o pagamento dos juros da dívida se manteve negativa em 3,1% do PIB, segundo o Focus.

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