Focus piora inflação para 2021 e prevê alta de 4,92% ao ano
Boletim do Banco Central desta semana também prevê inflação maior para 2022, de 4,92% ante 4,85% da semana anterior
Nova alta prevista para a o custo de vida por economistas está acima da meta do governo, de ,375% ao ano. Foto: Arquivo
A previsão para a inflação em 2021 voltou a subir no boletim semanal Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 19. Economistas ouvidos pelo BC, que na semana passada previam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecharia o ano em 4,85%, revisaram agora para 4,92%. Acima, portanto, da meta prevista pelo governo para 2021, de 3,75%.
O boletim do BC também prevê agora uma inflação maior para 2022. Na última pesquisa, a previsão era de um IPCA de 3,53% para o próximo ano. Agora, é de 3,60% ao ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerada a inflação oficial do país, passou a acumular uma alta de 6,1% em 12 meses até março, após subir 0,93% nesse mês, maior alta para um mês de março desde 2015.
Economia mais fraca
Em sentido oposto, o boletim Focus prevê um crescimento menor para a economia em 2021. A alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,08% prevista, na semana passada, para 2021, foi revista para baixo nesta semana, para 3,04%. Para 2022, no entanto, a previsão foi elevada de 2,33%, na última pesquisa, para 2,34%, no boletim desta segunda-feira. Mas inferior aos 2,39% de alta para o PIB apontados há quatro semanas.
Juros mantidos
Para a taxa básica de juros, a Selic, economistas mantiveram em 5,25% ao ano, em 2021, repetindo a aposta da pesquisa anterior, porém superior aos 5,00% de quatro semanas atrás. Para 2022, o boletim também manteve a previsão de uma Selic em 6,00% ao ano. A expectativa nesse patamar é a mesma de quatro semanas atrás.
Ainda que economistas tenham mantido a expectativa pela taxa de juros em 5,25%, a alta do IPCA divulgada na semana retrasada pelo IBGE poderá levar o Banco Central a acelerar o reajuste dos juros de forma a segurar a escalada da inflação. A previsão de boa parte de analistas de mercado e economistas vinha se mantendo em uma alta de 0,75 ponto porcentual para a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em maio. Mas algumas apostas já falam em uma elevação maior, de 1 ponto porcentual por causa do IPCA.
Produção Industrial menor
A crise gerada pela pandemia da Covid-19, que, somada à crise política, faz a economia andar mais devagar, piorou a perspectiva para a indústria. Economistas indicaram um crescimento de 5,06% para a produção industrial em 2021, significativamente abaixo dos 5,39% previstos na pesquisa da semana passada. Esse pessimismo também contaminou a previsão de 2022, que caiu de 2,49%, há uma semana, para 2,15%, hoje.