FMI revisa de 3,6% para 3,7% previsão de crescimento do Brasil em 2021
Melhora, no entanto, não chegou à previsão feita pelo Fundo para a inflação e a taxa de desemprego, com previsões pouco otimistas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou, nesta terça-feira, 6, a previsão para o crescimento do Brasil em 2021, de 3,6% para 3,7%. O novo prognóstico, divulgado durante reunião anual do Fundo, faz parte do relatório Panorama Econômico Mundial edição 2021, uma das principais publicações do FMI, que traz um resumo das expectativas para os principais indicadores mundiais, como crescimento econômico, inflação e emprego.
A estimativa do Fundo para o Brasil ficou acima da feita pelo Ministério da Economia, que projeta alta de 3,17% em 2021. Para 2022, o Fundo manteve sua previsão anterior, de uma expansão de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
A revisão para cima, avalia o Fundo, decorre do bom desempenho do Brasil junto com países como Argentina e Peru, no que diz respeito às exportações em 2020, que superaram as expectativas e foram puxadas pela recuperação global da manufatura, no segundo semestre de 2020. Para a América Latina, também foi revista para cima a previsão de crescimento em relação à feita em janeiro, de 4,1% para 4,6% agora, tanto para 2021 quanto para 2022.
O Fundo, no entanto, chamou atenção para as dificuldades de muitos países em relação à imunização, ressaltando sua preocupação com a reduzida quantidade de vacinas disponíveis e atrelou sua projeções para o longo prazo ao desenrolar do processo de vacinação, especialmente em países como o Brasil, onde o número de vacinados ainda é muito baixo e onde o Plano de Imunização do governo federal vem se mostrando falho.
Inflação – FMI
Apesar de ter elevado em 0,1 ponto porcentual sua expectativa em relação ao Brasil, quando comparada à previsão feita para outros países da região o Brasil fica para trás. Para o Fundo, o México, por exemplo, deve registrar uma expansão econômica de 5% em 2021 e 3% em 2022.
Embora a economia global esteja se recuperando do colapso provocado pela covid-19, a atividade econômica mundial deverá sentir ainda por um período prolongado os efeitos da pandemia, com desempenho abaixo do período anterior a ela. Por isso, lembra que o nível elevado de incerteza enfatiza o papel dos Bancos Centrais de não apenas elevar as chances de melhores resultados, mas também de evitar os piores.
Para o os economistas do FMI, o Brasil deverá encerrar 2021 com inflação de 4,6% e de 4%, em 2022. O desemprego, prevê o Fundo, deve se manter elevado, em 14,5% em 2021 e em 13,2% no próximo ano.