Desemprego aumenta e atinge 13,1 milhões de brasileiros, diz IBGE
Segundo a PNAD Contínua, o percentual de desocupação é de 13,8%, no trimestre de maio a julho de 2020. É a maior taxa da série histórica.
O desemprego no Brasil registrou sua maior taxa desde o início da série histórica, em 2012. O percentual de desocupação é de 13,8%, no trimestre de maio a julho de 2020. Sendo assim, 13,1 milhões de pessoas estão desempregadas atualmente. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao trimestre anterior, de fevereiro a abril, houve aumento de 1,2% na taxa. E se compararmos com o mesmo trimestre do ano passado, o aumento é de 2%. Ademais, sobre a quantidade de pessoas sem emprego, houve aumento em mais de 500 mil tendo em vista os mesmos meses de 2019.
Dessa forma, o número de pessoas empregadas é o menor já registrado na série histórica. São 82 milhões de ocupados, o que representa uma queda de 8,1%, ou menos 7,2 milhões de pessoas, em relação ao três meses anteriores.
Além disso, há outros recordes negativos demonstrados pelo estudo. Em matéria da Agência de Notícias IBGE, Adriana Beringuy, a analista da pesquisa, faz referência às consequências geradas pela pandemia do novo coronavírus. “Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada” diz e continua “é um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”.
5,8 milhões de desalentados
Outro recorde apontado pela pesquisa do IBGE é acerca do número de desalentados, que chegou a 5,8 milhões no trimestre de maio a julho. É uma alta de 15,3% em referência ao semestre anterior, ou seja, mais 771 mil pessoas nessa situação. A saber, desalentados são aqueles que deixaram de procurar emprego por entender que não irão encontrar.
Ademais, a força de trabalho, que abrange ocupados e desocupados, chegou a 95,2 milhões, uma diminuição de 6,9 milhões de pessoas em comparação ao trimestre anterior. É o menor patamar da série de levantamentos.
Por outro lado, a taxa de subutilização é a maior da série. O percentual é de 30,1%, frente aos 25,6% do trimestre anterior. São 32,9 milhões subutilizados, ou seja, que trabalham menos horas do que gostariam.
Número de trabalhadores com e sem carteira assinada diminui
Em seguida, levando em conta o setor privado, a quantidade de trabalhadores formais com carteira de trabalho assinada é de 29,4 milhões, a menor da série histórica. A diminuição é de 2,8 milhões de pessoas em relação ao trimestre anterior.
Bem como, o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também teve baixa. O montante é de 8,7 milhões de trabalhadores, sendo assim, menos 1,4 milhão de acordo com os três meses antecedentes.
Em específico sobre os trabalhadores domésticos, houve queda de 16,8%. São 4,6 milhões de pessoas empregadas nesse ramo. Já os trabalhadores informais são 30,7 milhões, o que representa 37,4% de toda a população empregada.
Desemprego por setores
A PNAD Contínua avalia dez grupos de atividades. E indicou que oito deles tiveram redução de trabalhadores. Ao passo que nos outros dois a situação ficou estável. Isso em comparação com o trimestre findo em abril. Veja os agrupamentos e suas respectivas quedas:
- Indústria: 8,0% ou menos 916 mil pessoas;
- Construção: 9,5% ou menos 559 mil pessoas;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 9,7% ou menos 1,6 milhão de pessoas;
- Transporte, armazenagem e correio: 11,9% ou menos 562 mil pessoas;
- Alojamento e alimentação: 23,2%, ou menos 1,1 milhão de pessoas;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 3,7% ou menos 381 mil pessoas;
- Outros serviços: 16,9%, ou menos 803 mil pessoas;
- Serviços domésticos: 16,9%, ou menos 941 mil pessoas;
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: estável;
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: estável.
Como visto, os setores de construção e comércio demonstraram baixas menores. “Essa queda menor pode indicar um retorno de trabalhadores nesses setores, que foram beneficiados com a flexibilização da quarentena. Por exemplo, algumas obras interrompidas já voltaram e o comércio informal também” explicou Beringuy à Agência de Notícias IBGE
O que é a PNAD Contínua?
Por fim, a PNAD Contínua tem por objetivo acompanhar as transformações na força de trabalho, taxas de desemprego e afins. O que é feito no curto, médio e longo prazos. Para isso, a pesquisa produz indicadores trimestrais. Além de trazer dados anuais sobre temas complementares relacionados ao trabalho.