CPMF: Paulo Guedes afirma que imposto digital talvez não seja implementado

Segundo afirmações do ministro da Economia nesta quinta-feira, ‘talvez desista’ da implementação. Entretanto, fontes afirmam que a discussão deve ser retomada após as eleições municipais

Nesta quinta-feira (15), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que talvez desista de implementar o imposto, com moldes na CPMF, sobre as transações financeiras e pagamentos eletrônicos. Segundo Guedes, a ideia era utilizar o tributo para bancar a desoneração na folha de pagamento das empresas.

“Esse imposto só entraria se fosse para desonerar (a folha). Talvez nem precise, talvez eu desista dele”, afirmou o ministro, em rápida entrevista à CNN Brasil. A declaração ocorreu um dia depois de Guedes defeder a implementação do imposto e um tributo espefício para big techs.

Entretanto, de acordo com assessores próximos do ministro, a ideia de propor o novo tributo continua de pé no Ministério da Economia. A discussão seria retomada com mais intensidade após as eleições municipais, que acontecem em novembro.

A implementação do novo imposto seguiria os moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o que foi rechaçado por Guedes.

 

O que é CPMF e o imposto digital?

O ‘imposto digital’, proposto por Paulo Guedes, é um imposto sobre transações. Segundo um interlocutor, esse novo imposto é menos cruel que tributar o emprego. Assim, a saída para desonerar a folha de pagamentos é a mudança na base.

O ministro vê a proposta de desoneração na folha de pagamento das empresas como algo necessário, para gerar empregos e fomentar a economia. O financiamento da medida aconteceria por meio de impostos sobre transações e pagamentos digitais.

“Esse imposto não passa nem pelos bancos. Ele transcende, é por uma infovia digital. Da mesma forma que você paga um pedágio para trafegar numa rodovia, se tiver usando uma infovia digital que o governo fez, disponibilizou grátis para todos os brasileiros, ele pode cobrar um pequeno imposto pelo trânsito, pelo tráfego de informação que passa aí”, disse o ministro, na quarta-feira.

Ao defender o imposto, nesta quarta-feira (14), o ministro afirmou que os bancos já cobram o que ele mesmo chamou de CPMF. As instituições financeiras, segundo ele, são contra o imposto porque “querem beber água onde os bancos bebem”.

“Os bancos já cobram uma CPMF hoje. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é que mais subsidia e paga todos os economistas brasileiros para dar consultoria contra esse imposto, mas a Febraban está fazendo isso porque querem beber água onde os bancos bebem”, disse o ministro, em seminário organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Também segue nos planos reduzir o imposto de renda das empresas e passar a tributar a distribuição de lucros e dividendos. Assim, pretende-se melhorar o ambiente de negócios para as empresas e tirar uma vantagem tributária de donos de empresas e acionistas, que tem alíquota efetiva de imposto muito baixa ou mesmo zero.

 

Desoneração na folha de pagamento

Por fim, a medida governamental de desoneração na folha de pagamento é voltado para o crescimento da produção, onde o governo elimina a atual contribuição previdenciária sobre a folha e adota uma nova contribuição sobre a receita bruta das empresas.

Ela atinge atualmente mais de 6 milhões de trabalhadores de 17 setores. A medida, então, vale até o final do ano, com ampliação para 2021 vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início de julho. Todavia, o Congresso ameaça derrubar esse veto.

Fonte O Globo
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes