Copom indica nova alta de 0,75 ponto da Selic para maio

Ata da última reunião fala em preocupação com a aceleração da inflação e o possível não cumprimento com a meta em 2021

O Comitê de Política Econômica (Copom) indicou, nesta terça-feira 23,  que deverá voltar a elevar em 0,75 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic) em sua próxima reunião, em maio. Na ata relativa ao último encontro, na semana passada, divulgada nesta manhã, o comitê mostrou manter preocupação com o cumprimento da meta de  inflação assim como com os riscos fiscais.

Copom eleva taxa de juros para 2,75% ao ano

Reunião do Copom

Na avaliação do Comitê, “uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos. Além disso, o amplo conjunto de informações disponíveis para o Copom sugere que essa estratégia e compatível com o cumprimento da meta em 2022, mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social”.

O Comitê ressalta que continuará observando as projeções para a inflação e a evolução da atividade econômica. “Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”, informa na ata.

Na reunião da semana passada, o Copom elevou a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano. O ajuste surpreendeu muitos economistas e analistas de mercado, que  apostavam em uma alta de 0,50 ponto. Na ata desta terça, o Comitê reforçou que a alta maior aplicada se deveu à preocupação com a aceleração da inflação e que “entende que essa decisão reflete o cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual  para a inflação prospectiva”. E que o aumento em 0,75 ponto “é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021e, principalmente, o de 2022”.

No último boletim semanal Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira 22, economistas de instituições financeiras estimaram que a Selic feche 2021 em 5% ao ano ante 4,5% ao ano da semana anterior. Também revisaram para cima a estimativa para a inflação, agora de 4,71% ante 4,60% da última pesquisa. Acima, portanto, da meta do governo para o ano, de 3,75%.

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