Copom eleva Selic em 0,75 ponto, para 3,5% ao ano
Tamanho do reajuste era a aposta de maior consenso entre economistas e analistas do mercado financeiro
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, nesta quarta-feira, 5, por unanimidade, a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto porcentual, que passa dos atuais 2,75% ao ano para 3,25% ao ano, até 16 de junho, data da próxima reunião do comitê. A alta veio em linha com a expectativa da maioria de economistas e analistas do mercado financeiro.
Uma nova alta e na proporção que veio era esperada a partir da sinalização dada pelo Banco Central em seu último comunicado após a reunião e março. À época, o Comitê indicou que deveria voltar a elevar em 75 pontos-base a Selic devido à preocupação com o cumprimento da meta de inflação assim como com os riscos fiscais. Também na ata do encontro em março, o Copom justificou a elevação da Selic com a preocupação em relação à continuidade da alta no preço das commodities internacionais em moeda local, e que afetam a inflação doméstica
Também explicou que, a despeito da pressão inflacionária de curto prazo se mostrar mais forte e persistente do que o esperado, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas ainda assim o momento exige atenção quanto à sua evolução. No mesmo documento, o banco ressaltou que apesar de continuar observando as projeções para a inflação e a evolução da atividade econômica, na reunião de maio, a menos que houvesse uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevia, sim, a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude.
A alta de hoje na Selic é a segunda em seis anos. A última vez que a instituição elevou a taxa foi em 2015, quando a Selic passou de 13,75% para 14,25% ao ano. Em agosto de 2020, a taxa caiu para 2,00% ao ano, menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986. Também por causa da inflação em aceleração o mercado financeiro passou a projetar uma alta maior da Selic para 2021. No boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira, 3, a Selic era estimada em 5,50% ao ano para este ano. Para 2002, a previsão é ainda maior, de 6,25% ao ano.
Selic: guia completo de como a taxa influencia sua vida e investimentos