Confiança do comércio cai ao menor nível desde maio de 2020

Indicador divulgado pela FGV aponta efeitos negativos da crise sanitária sobre todos os seis principais segmentos do comércio

O agravamento da pandemia, somado à lentidão no programa de imunização, à baixa adoção de medidas de isolamento social e à falta de um programa efetivo de combate à covid-19, bateu em cheio na confiança do comércio em março. O Índice de confiança do Comércio (Icom), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta quarta-feira, 24, recuou 18,5 pontos neste mês, para 72,5 pontos. É o menor nível desde maio de 2020, quando ficou em 67,4 pontos.

A queda foi registrada em todos os seis principais segmentos do comércio.  O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 10,6 pontos, para 75,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) ficou 25,7 pontos menor, para 70,2 pontos. São os menores níveis também desde maio de 2020

RodolphoTobler, coordenador da sondagem, avalia que “o resultado fortemente negativo do mês foi influenciado tanto pela queda no volume de vendas quanto pela piora das expectativas em relação aos próximos meses”. Diz, ainda, que “o recrudescimento recente da pandemia de covid-19, associado à lentidão do programa e imunização e à baixa adoção de medidas de restrição à circulação, ajudam a explicar o cenário negativo na visão do setor”. Para Tobler, os próximos meses serão desafiadores e o retorno a uma rota de recuperação dependerá da melhora efetiva dos números da pandemia, diz em comunicado.

O setor de varejo tem sido um dos mais impactados negativamente pela pandemia, em especial pelo distanciamento social imposto, adotado temporariamente em muitos municípios. As vendas menores e a perspectiva distante de uma solução para o enfrentamento mais eficaz da crise, tanto na saúde quanto econômica, vem derrubando a confiança do varejo desde o início da pandemia.

No terceiro trimestre de 2020,o setor varejista ensaiou uma recuperação, para, no início de 2021 recuar novamente com o agravamento da pandemia. Agora, a média trimestral do Icom e de seus subíndices caíram quando comparadas ao trimestre imediatamente anterior, mostrando que o caminho da recuperação, segundo a FGV, ainda está distante.

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