Concessão de crédito para pessoas jurídicas reage

Concessões para empresas com recursos livres aumentaram 5,96% em março de 2019 para R$ 135 bilhões, ante R$ 127,4 bilhões em março de 2018.

Depois de um 2018 fraco em financiamentos, a concessão de crédito para pessoas jurídicas com recursos livres mostra sinais de elevação, o que talvez possa indicar uma retomada nos volumes nos próximos meses. De acordo com o boletim de estatísticas de crédito do Banco Central (BC) divulgado na última sexta-feira, as concessões para pessoas jurídicas com recursos livres aumentaram 5,96% em março de 2019 para R$ 135 bilhões, ante R$ 127,4 bilhões em igual mês do ano passado. Mas vale citar que no crédito direcionado, as concessões recuaram 22,5% para o valor de R$ 7,9 bilhões em março, na comparação com os R$ 10,2 bilhões do mesmo mês em 2018. Essa baixa é principalmente relacionada ao menor desembolso pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Crédito livre

Segundo o BC, no crédito livre a pessoas jurídicas, a taxa média das concessões permaneceu estável em 19,8% ao ano em março, na comparação com fevereiro último. Mas num horizonte maior, a taxa recuou 1,4 ponto percentual quando comparada com os juros de 21,2% em março de 2018. Para o CEO da fintech Creditoo, a explicação para o desempenho do crédito para pessoa jurídica, está mais concentrado em linhas como capital de giro e antecipação de fatura de cartão. Os IPOs da Stone e PagSeguro são os principais responsáveis por essa sacudida no mercado. Agora em abril temos a ação da Rede [na antecipação de recursos]. “É o Itaú novamente fazendo barulho e aumentando a concorrência desse mercado”, disse.

De fato, pelos dados do BC, as concessões em antecipação de faturas de cartões cresceram 17,58%, de R$ 13,425 bilhões em março de 2018 para R$ 15,785 bilhões no mês passado. Na linha capital de giro, a expansão foi de 10,43% na mesma base de comparação. Outro destaque no período também foi o desconto de duplicatas e recebíveis, linha cuja concessão evoluiu 15,41%, de R$ 25,721 bilhões em março do ano passado para R$ 29,686 bilhões em março último. Na ponta contrária, o financiamento às exportações teve recuo de 24,3% para R$ 4,266 bilhões, assim como a linha de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC) mostrou queda de 7,19% para 11,853 bilhões, confirmado a atual fraqueza das exportações brasileiras.

IndústriaContraponto na indústria

Na visão do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), não são de hoje os sinais de que a economia brasileira não está em um bom momento e, pelo menos no caso da indústria, beira novamente a recessão. Em boa medida, isso se deve aos juros dos empréstimos que pararam de ceder e ensaiam nova alta , avaliou o Iedi em nota. Reduções mais moderadas das taxas de juros destes empréstimos ajudam a explicar esta tendência do crédito livre às pessoas jurídicas.

“Do primeiro trimestre de 2018 para o primeiro trimestre de 2019, as taxas médias nominais passaram de 21,9% ao ano para 20% ao ano. Isto é, recuaram apenas 9% enquanto a inadimplência dessas operações caiu 40%, de 4,7% da carteira para 2,8% no mesmo período”, observou o Iedi. O Instituto também percebeu que qual setor da economia está na pior situação. “No caso, esta posição cabe à indústria, para quem o estoque financiamento encolheu 3,6% de dezembro de 2018 para março de 2019, o que certamente faz parte da fase recessiva em que o setor se encontra desde o final do ano passado”, registra o relatório.

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes