Comércio varejista do Brasil atinge maior patamar de vendas em 20 anos
Segundo pesquisa, o faturamento do comércio de varejo cresceu, em média, 3,4% de julho para agosto
Em meio a notícias ruins da economia, um dado traz fôlego. O volume de vendas do comércio de varejo brasileiro cresceu 3,4% na passagem de julho para agosto deste ano. Esse foi o melhor resultado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), desde 2000.
O que diz a pesquisa?
O estudo mostra que acontece a quarta alta consecutiva do indicador, depois de quedas importantes nos meses de março (2,4%) e abril (16,7%). Isso equivale ao período inicial do isolamento por conta da pandemia de covid-19.
Com isso, é possível perceber que há retomada da economia – sobretudo no comércio – ao passo que as medidas restritivas vão sendo eliminadas.
O atual resultado ficou até mesmo 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014.
O comércio de varejo também registrou altas de 5,6% na média móvel trimestral, de 6,1% na comparação com agosto do ano passado e de 0,5% em 12 meses. Ainda assim, no acumulado de 2020, há pequena queda de 0,9%.
Entre os meses de julho e agosto, cinco das oito atividades do comércio varejista tiveram alta, confira:
- tecidos, vestuário e calçados (30,5%)
- outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,4%)
- móveis e eletrodomésticos (4,6%)
- equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,5%)
- combustíveis e lubrificantes (1,3%)
Os setores que mais tiveram perdas nesse mesmo período foram:
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos (-1,2%),
- hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%)
- livros, jornais, revistas e papelaria (-24,7%)
Quando é analisado o varejo ampliado, que também inclui o comércio de setores como materiais de construção e veículos/peças teve crescimento de 4,6% na comparação com julho, registrando altas nos materiais de construção (3,6%) e nos veículos, motos e peças (8,8%).
A receita nominal do varejo cresceu 3,9% na comparação com julho deste ano, de 10,1% na comparação com agosto de 2019, 2,4% no acumulado do ano e 3,4% no acumulado de 12 meses.
Já a receita do comércio de varejo ampliado teve altas de 5,2% se comparado com o mês anterior, 7,7% em relação a agosto do ano passado e 1% em 12 meses. No entanto, houve queda de 1,8% no acumulado de 2020.
Comércio com futuro incerto?
Agora, o desafio está em manter essa curva ascendente. Isso porque há preocupação entre comerciantes por conta da redução e futuro encerramento do auxílio emergencial dado a milhões de brasileiros. Os próximos relatórios de vendas do comércio irão mostrar o impacto disso em volume de vendas e até mesmo da retomada do emprego.
Agora, no entanto, o foco dos lojistas está no Dia das Crianças, mesmo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) esperando retração de pouco mais de 4%. Na sequência ainda estão no radar a Black Friday e o Natal, tradicionais boas datas para o comércio, em geral.