Ata do Copom ratifica preocupação com risco inflacionário
Documento repete que Banco Central se mantém atento e que choques atuais são temporários
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) relativa à última reunião, divulgada nesta terça-feira, 11, reforçou a preocupação do Banco Central manifestada no comunicado divulgado, na semana passada, após a decisão de elevar a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual, com a incerteza ainda elevada em relação ao ritmo de crescimento da economia. Mesmo apontando ter havido uma melhora acima do esperado para a economia diante do recrusdescimento da pandemia e da lentidão do programa de vacinação no país.
Segundo o Banco Central, “o processo de recuperação econômica dos efeitos da pandemia pode ser mais lento do que o estimado, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado”, mas que “por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem pressionar ainda mais os prêmios de risco do país. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.”
A instituição financeira ressalta que as diversas medidas de inflação que vêm sendo tomadas pelo Banco Central estão em linha com o esforço do governo no cumprimento da meta para a inflação em 2021, que está em 3,25% ao ano. Que as incertezas sobre a retomada do ritmo de crescimento da economia deve retornar à sua normalidade e que, portanto, as expectativas mais elevadas para a inflação no ano indicadas por economistas no boletim semanal Focus estão sendo observadas pelo Banco Central. Na pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, 9, economistas elevaram a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) par 5,06% ao ano.
A ata cita a pressão ainda continuada da alta no preço das commodities, com impacto nos preços dos alimentos e de bens industriais. Que a adoção de patamares mais elevados de bandeira tarifária também deve influenciar no comportamento da inflação, mas que o comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas que segue atento à sua evolução. Na última reunião do Copom, na semana passada, o Comitê decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, levando a Selic a 3,25% ao ano.
Na ata desta segunda-feira, o Copom considera as diferentes trajetórias de normalização dos juros e que levando em conta o cenário básico e o balanço de riscos, avaliou que na próxima reunião, em junho, seria adequado outro ajuste da mesma magnitude, caso não haja mudança nos condicionantes de inflação.