Argentina busca novo plano com FMI
O ministério da Economia anuncia que vai solicitar nova ajuda ao fundo internacional mesmo sem saber o resultado das negociações com os credores de US$ 65 bilhões em títulos internacionais.
A Argentina busca um novo plano com o Fundo Monetário Internacional. O anúncio foi feito pelo ministro da Economia do país, Martín Guzmán. A decisão foi tomada mesmo antes do governo chegar a um acordo com o grupo com quem tem uma dívida de US$ 65 bilhões (R$ 334 bilhões) em títulos internacionais.
Segundo a agência Bloomberg Brasil, o ministro ressaltou que a Argentina já chegou ao limite do valor que pode oferecer aos credores.
No dia 20 de julho, três grandes grupos que detêm os bônus rejeitaram a oferta supostamente definitiva do governo. Na ocasião, Guzmán declarou que os donos da dívida não percebem “as restrições que a Argentina enfrenta”.
De acordo com o ministro, a oferta final, oficializada no início do mês, é “o esforço máximo que a Argentina pode fazer sem comprometer o curso social que tentamos alcançar”. Apesar disso, o governo ainda estuda a possibilidade de melhorar os termos legais da proposta. Ao mesmo tempo, o ministério da Economia planeja fazer um novo pedido de ajuda ao FMI.
Argentina busca novo plano junto ao FMI
Durante uma entrevista concedida à Bloomberg Television na terça-feira (28), Guzmán afirmou que a solicitação de ajuda ao FMI no valor de US$ 56 bilhões (R$ 288 bilhões), obtida pelo governo anteriormente, não funcionou.
Agora, o objetivo é terminar a negociação da dívida de títulos internacionais para, então, solicitar uma nova ajuda ao FMI. “Isso vai ocorrer independentemente do que acontecer com os credores privados”, disse o ministro.
O prazo para a reestruturação dos US$ 65 bilhões em dívida externa termina no dia 4 de agosto.
Enquanto isso, o governo argentino vem trabalhando para elevar a arrecadação fiscal ao mesmo tempo em que planeja diminuir seu déficit fiscal. Entretanto, esse movimento, de acordo com Guzmán, deverá demorar mais que o previsto, já que a pandemia do Coronavírus agravou a crise financeira do país.
Essa é uma das razões que levaram o ministério da Economia da Argentina a planejar um novo pedido de ajuda ao FMI.
Em relação à contraproposta dos credores privados, o valor presente líquido representa cerca de 3 centavos por dólar além do contrato atual oferecido pelo governo – aproximadamente 53 centavos. As informações são do relatório do Goldman Sachs.
Conforme avalia o ministro Martín Guzmán, independentemente do resultado dessa reestruturação, a Argentina não emitirá novas dívidas em moeda estrangeira no futuro próximo. “Não esperamos acessar os mercados internacionais por um tempo.”