SP inicia produção da CoronaVac com 1 milhão de vacinas por dia
A CoronaVac ainda está em sua terceira e última fase de teste, em que deve ser comprovada sua eficácia
O governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou durante coletiva de imprensa que o Instituto Butantã já iniciou a produção da CoronaVac, mesmo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não tendo aprovado a vacina contra a Covid-19. A fabricação da vacina é feita em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Governo quer aumentar produção da CoronaVac para 1 milhão de doses
A intenção do Governo Paulista é aumentar a capacidade de fabricação para 1 milhão de doses. Para isso, a fábrica do Instituto Butantã passa a funcionar 24 horas por dia, nos setes dias da semana. Além dos 245 profissionais já envolvidos diretamente na produção da CoronaVac, outros 120 técnicos serão contratados.
“Com isso, a capacidade da vacina chegará a 1 milhão de doses por dia. Não é só São Paulo que tem pressa, mas o povo brasileiro, que quer voltar à normalidade”, declarou o governador durante anúncio da produção da CoronaVac.
Produção da CoronaVac
Dória classificou a vacina como “segura, eficaz e que permite a imunização de milhões de brasileiros”, no entanto, a vacina ainda não foi aprovada pela Anvisa, agência responsável por fiscalizar e regulamentar a produção da CoronaVac e de outras vacinas do Brasil.
A CoronaVac ainda está em sua terceira e última fase de testes, em que precisa ser testada a sua eficácia. Para obter o registro da Anvisa, os resultados da última prova precisam ser enviados ao órgão nacional. Ainda de acordo com o governo paulista, os documentos serão enviados até dia 15 de dezembro.
Atualmente, quatro vacinas estão sendo testadas no país (Oxford, CoronaVac, Pfizer e Janssen), mas nenhuma delas foi aprovada pela Anvisa.
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Imunização em SP deve começar dia 25 de janeiro
Na segunda-feira, 7, o governador anunciou o Plano Estadual de Imunização (PEI), que vai começar a vacinar no dia 25 de janeiro profissionais da saúde, idosos, quilombolas e indígenas. Ao todo, 9 milhões de pessoas estão previstas para receber a dose na primeira fase. Veja o cronograma:
- Trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas: 1° dose em 25 de janeiro e a 2° em 15 de fevereiro;
- Pessoas com 75 anos ou mais: 1° dose em 8 de fevereiro e 2° em 1 de março;
- 70 a 74 anos: 1° dose em 15 de fevereiro e 8 de março;
- 65 a 69 anos: 22 de fevereiro a 15 de março;
- 60 a 64 anos: 1 de março a 22 de março.
Dória explicou que a vacinação não será restrita somente para quem morar no estado. Ou seja, segundo ele, quem estiver em território paulista no período em que as doses estiverem sendo aplicadas e atender aos requisitos da primeira fase, pode ser imunizado, mesmo que não resida no estado.
Quais estados querem a CoronaVac?
Durante a coletiva desta quinta-feira, 10, sobre o anúncio da produção da CoronaVac, Dória ainda informou que mais 11 estados já formalizaram o interesse em ter a vacina, sendo eles:
- Acre;
- Pará;
- Maranhão;
- Roraima;
- Piauí;
- Mato Grosso do Sul;
- Espírito Santo;
- Rio Grande do Norte;
- Paraíba;
- Ceará;
- Rio Grande do Sul;
Além deles, outros 912 municípios já demonstraram interessem, sendo que 276 já apresentaram o pedido formalmente.
Dória volta a criticar Governo Federal
O governador voltou a criticar o Governo Federal em relação à postura adotada sobre a imunização contra a Covid-19. Em tom, impositivo ele disse que o “Brasil não pode ficar assistindo o mundo iniciar a imunização e aqui ficarmos num debate interminável e inconclusivo, que nos coloca de braços cruzados”.
“São Paulo não cruza os braços, São Paulo vai ajudar todos os estados brasileiros que solicitarem, assim como os seus municípios, para juntos, salvamos vidas. somos uma República Federativa e devemos atuar em sintonia, sobretudo, num momento tão grave quanto esse para vencer a insensibilidade, a falta de compaixão e o dever a obrigação de iniciarmos a vacinação dos brasileiros”, disse.