Restaurantes de SP devem apostar no delivery de ceia no fim do ano

Por conta das restrições impostas para evitar uma maior disseminação do coronavírus, os estabelecimentos devem funcionar em horário reduzido.

O ano de 2020 já foi bem diferente dos outros, portanto, as festas de dezembro também devem seguir um ritmo único. Por conta da pandemia do coronavírus, as aglomerações estão proibidas e os bares e restaurantes só podem receber as pessoas com a capacidade reduzida. Por isso, uma oportunidade que os fornecedores estão analisando é fazer um delivery da ceia de natal.

Veja também dicas para economizar no natal.

Restrição de pessoas

Com a alta dos casos de COVID-19, muitos lugares estão restringindo a circulação de pessoas em bares e restaurantes para evitar que a doença cresça muito mais. São Paulo, por exemplo, regressou à fase amarela novamente. Por isso, os ambientes só podem receber clientes até às 22h. Normalmente, a ceia de natal é servida depois da meia noite do dia 24 de dezembro. Outros locais só podem servir comida e bebida até às 17h. Além disso, a capacidade máxima dos locais foi reduzida para 40% da lotação.

Por isso, os comerciantes do segmento alimentício não devem contar com a casa cheia durante as festas de fim de ano. Daí fazer um delivery de ceia natalina pode ser uma pedida para conseguir lucrar.

Delivery de ceia

O Presidente do conselho estadual da Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo) considera muito improvável que os restaurantes optem por servir a ceia no local, pois a demanda será muito menor.

“O que o pessoal [do comércio] precisa é usar a criatividade para organizar pacote de delivery de ceia ou para retirada no restaurante. Cada um vai fazer um esquema para tentar faturar alguma coisa”, diz Maricato,  em entrevista à Folha.

Delivery de ceia
Foto: fernando madeira/reprodução

Prejuízo no setor

Ainda assim, mesmo com as estratégias adaptadas, Maricato estima que os bares e restaurantes do estado deverão ter queda de 50% no faturamento em dezembro na comparação com o mesmo período do ano passado.

Famosa lanchonete do centro de São Paulo, o bar Estadão registrou um aumento de 15% nas encomendas do seu famoso pernil para as festas de fim de ano nas casas dos clientes. O gerente da casa, Rogério Cesar, 53 anos, explicou à Folha que a carne suína será vendida em peças com peso aproximado entre seis e oito quilos.

O objetivo é compensar as perdas registradas ao longo de 2020. Por conta da pandemia, o estabelecimento passou a ter horário limitado de funcionamento: por mais de 50 anos, a lanchonete funcionava 24 horas, só parando no Ano-Novo.

“Tínhamos grupos de empresa que vinham e ficavam praticamente o dia inteiro aqui. Nesse ano já não teve. Nessa época do ano, eram pelo menos duas por fim de semana”, lembra o dono. Mas em 2020 ainda não houve confraternizações de fim de ano. O que é justificado pela pandemia.

Setor de hotelaria

O presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Ricardo Roman Jr explicou à Folha que a maior preocupação é a impossibilidade da realização das festas e das ceias nos horários tradicionais. Ele diz que o setor irá apresentar ao governo um ofício solicitando a ampliação do horário de funcionamento dos restaurantes e bares de hotéis.

Além de restaurantes, alguns mercados como o Pão de Açúcar também estão promovendo a venda de ceias de fim de ano via encomenda.  O delivery de ceia pode ser uma boa pedida para aqueles que vão passar o natal e ano novo em casa e não querem colocar a mão na massa para cozinhar.

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