Polícia retoma blitz em São Paulo; veja como vai funcionar

A blitz em São Paulo voltou com mais força em todo o estado, com objetivo de flagrar motoristas bêbados. Além disso, ação do governo vai abordar jovens, principais vítimas desse tipo de ocorrência, em bares da capital paulista. A Operação Direção Segura Integrada é uma parceria entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) com as polícias Civil e Militar. Assim, a partir da noite de sexta-feira, 17 de setembro, essa ação estará em ativa.

Segundo o órgão, a operação estava suspensa quando os estabelecimentos tinham de seguir regras mais rígidas de mobilidade, por conta da pandemia da covid-19.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), por meio dos artigos 165 e 165A, diz que é proibido dirigir sob efeito de álcool.

Qual nível o bafômetro pega? É obrigatório?

Oficialmente, o motorista não pode estar sob efeito de álcool. No entanto, conforme está em Diário Oficial da União, há um limite de 0,05 miligrama. Caso o indivíduo tenha de realizar exame de sangue, nenhuma quantidade será tolerada.

Há dois tipos de bafômetro – ambos baseados em reações químicas envolvendo o álcool etílico presente na baforada e um reagente. Os dois mais comuns utilizam o dicromato de potássio, que muda de cor na presença de álcool. Um chip faz as contas e da a concentração de álcool no sangue.

Contudo, essa pequena tolerância do bafômetro é equivalente a menos de um copo de cerveja. Assim, evite ao máximo ingerir qualquer quantidade de álcool.

De acordo com o CTB, recusar-se a fazer o teste do bafômetro é considerado infração gravíssima. Assim, quem cometer essa infração, poderá ter a carteira suspensa por 12 meses e ser multado em R$ 2.934,70. O mesmo vale para dirigir embriagado, de acordo com as normas de trânsito.

“O retorno da operação no Estado de São Paulo é fundamental para reduzirmos os acidentes e mortes no trânsito”, disse o diretor-presidente do Detran, Neto Mascellani, em nota.

Onde vai ter blitz em São Paulo?

Não há informações de quais ruas serão contempladas pelas ações de fiscalização, nem os horários específicos. No entanto, em outros anos, as operações foram feitas em pontos estratégicos para abordar centenas de motoristas.

Além disso, segundo o Detran, as equipes vão passar por bares da capital paulista fazendo ações informativas e educativas. Uma das ideias vai ser colocar bonecos utilizados em testes de acidentes posicionados nas cadeiras.

O objetivo é tentar convencer os motoristas a evitarem misturar o álcool com o volante, antes de punir de outras formas.

A ação faz parte da Semana Nacional de Trânsito, que vai de 18 a 25 de setembro. Uma das justificativas é que o estado de São Paulo registrou entre janeiro de 2019 e julho passado, mais de 12,4 mil acidentes.

Foram 892 mortes de motoristas com suspeita de embriaguez ao volante. Dessas, quase metade – 378 mortes – aconteceram aos finais de semana, durante a noite.

Por fim, jovens entre 18 e 24 anos representam 18% das mortes no trânsito em São Paulo, inclusive em estradas. Na sequência, com 11% está o público entre 25 e 29 anos.

Por que precisa de blitz em São Paulo?

O número de motoristas flagrados pelo bafômetro cresceu novamente em todo o estado, assim como na capital. Conforme o Detran, mais de 4,9 mil motoristas foram pegos pelo equipamento nos sete primeiros meses, contra aproximadamente 3 mil no mesmo período do ano passado.

Na capital paulista, aumentou quase metade, indo de 952 para 1,4 mil neste ano.

Entre março e abril, meses com menor flexibilização das medidas restritivas contra a covid, houve uma queda. No entanto, em junho e julho, os números saltaram quase o dobro, em um índice próximo ao verificado antes da pandemia.

O comandante do Policiamento de Trânsito da PM de São Paulo, capitão Fernando Vicentin, explicou ao jornal Agora São Paulo que a corporação deixou de fazer grandes operações durante o período mais intenso da pandemia, mas agora tem retornado. “Agora, com o avanço da vacinação, da flexibilização e queda do rodízio noturno, as pessoas estão retomando suas atividades de lazer. E nós, à rotina de fiscalização mais intensa”.

“Com as restrições causadas pela pandemia, as pessoas ficaram mais em casa e o fluxo de carros nas ruas diminui. Assim, passamos a realizar ações em pontos estratégicos, operações de visibilidade, testes em motoristas envolvidos em acidentes. Mas não mais aqueles bloqueios com 15 ou 20 carros. Foi uma reinvenção para se adequar à nova rotina da cidade e também para proteger os policiais”, disse.

Dessa forma, ações como definir um motorista antes de sair, ou priorizar aplicativos de transporte, são boas alternativas para evitar prejuízos.