Constelação Familiar: saiba como funciona a terapia que pode salvar relações
Adotada pelo SUS e pelo Sistema Judiciário, a técnica se baseia em três preceitos e promove transformações mentais e comportamentais. Essa terapia integrativa tem o objetivo de resolver conflitos com base na tese de que somos parte de um sistema e que, para que tenhamos sucesso em diferentes aspectos da vida, ele precisa estar em equilíbrio.
Apesar de estar cada vez mais em alta, há quem ainda não saiba o que é e para que serve a Constelação Familiar. Também conhecida como Constelação Familiar Sistêmica e Constelação Sistêmica, essa terapia integrativa tem o objetivo de resolver conflitos com base na tese de que somos parte de um sistema e que, para que tenhamos sucesso em diferentes aspectos da vida, ele precisa estar em equilíbrio.
O que é Constelação Familiar?
A Constelação Familiar é uma terapia integrativa criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger após anos de pesquisas feitas com famílias, empresas e organizações. A técnica estuda e busca dissolver os padrões comportamentais que, de alguma maneira, impedem o nosso desenvolvimento.
A Constelação trabalha com questões que fazem parte do subconsciente. “Ela também é chamada de terapia breve e, portanto, não é uma psicoterapia continuada. Uma única sessão, normalmente, resolve um ponto específico. Nas constelações tradicionais de Hellinger se diz que, uma vez que o tema foi constelado, não se constela novamente”, explica a consteladora e terapeuta sistêmica integrativa Andrea Emboaba.
Como funciona?
A Constelação Sistêmica se baseia em três leis, chamadas pelo criador da técnica de “leis do amor”. Segundo ele, essas leis são estruturas que contribuem para a harmonia dentro do sistema familiar e princípios naturais da vida, que regem nossos relacionamentos. As leis sistêmicas são: pertencimento, hierarquia e equilíbrio.
A profissional conta que “No campo das constelações, a vida é o maior bem que temos. Por isso, a ordem de chegada é de extrema importância”. Além disso, para Hellinger, é necessário haver equilíbrio nas relações, o que significa que dar e receber devem acontecer em conformidade com o que é justo.
Essa é, portanto, uma técnica de psicoterapia, que já foi adotada inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) voltadas, principalmente, para a prevenção de doenças como a depressão. O Judiciário usa a técnica para a resolução de conflitos. A Constelação Familiar pode ser feita individualmente ou em grupo, presencialmente ou online e não está ligada a nenhuma religião.
Quais são os benefícios?
A Constelação Familiar Sistêmica traz para a consciência aquilo que, de alguma forma, influenciou nossas vidas e que não lembramos – seja por um bloqueio mental ou, ainda, porque aquele padrão comportamental faz parte da nossa ancestralidade com a qual não tivemos contato. Quando trazidas à consciência, essas informações ficam claras e promovem o equilíbrio do sistema. Para Andrea, “A Constelação dá vida à vida. Temos que parar de nos lamentar sobre o passado e pensar no presente e no futuro, tomar apenas o que é nosso e seguir adiante”.
As sessões de Constelação Familiar trazem, de forma rápida e eficaz, diversos benefícios. Isso porque elas identificam os emaranhamentos do sistema, nos ajudam a encontrar nosso lugar dentro dele e rompem padrões comportamentais que nos impedem de seguir adiante. “Quando equilibramos o nosso sistema familiar e trazemos ordem a ele, vivemos de forma mais leve, plena e abundante”, segundo a terapeuta. Na teoria desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão, há ainda o conceito de não-julgamento, que significa olhar para o outro com empatia, sem julgar suas ações. Dessa forma, nos tornamos mais tolerantes.
O que acontece depois da constelação familiar?
Cada Constelação é um momento único. Segundo Bert Hellinger, depois de uma sessão, a ideia é que haja equilíbrio e a vida retorne ao seu fluxo natural. De forma simples, mas ao mesmo tempo profunda, a Constelação Familiar traz à tona muitas informações, que vão, aos poucos, promovendo alterações mentais e comportamentais significativas. Mudanças energéticas, de crenças e de roteiros que podem causar, inclusive, sintomas físicos como cansaço, dores e até gripe. No entanto, esses sintomas são considerados normais e passam logo.
“Mas, não basta constelar e pronto. Constelação não é mágica, é um processo. Você reconhece o que está em desequilíbrio, coloca em ordem durante a Constelação e aí isso se mantém. Normalmente, esse processo acontece naturalmente. Mas, se for necessário, a pessoa passa por uma manutenção terapêutica”, explica a terapeuta. Por se tratar de psicoterapia, é importante ressaltar que o tempo necessário para que os efeitos se manifestem varia de pessoa para pessoa, já que o processo envolve as particularidades de cada um. De acordo com Andrea, “Normalmente, de entre três e seis meses depois de constelar, a pessoa já começa a perceber mudanças significativas em sua vida”.