Tenet: como o adiamento impacta a indústria do cinema?

O antecipado Tenet, novo filme do diretor Christopher Nolan, teve seu lançamento adiado indefinidamente pela Warner Bros, produtora e distribuidora do longa.

Tenet, novo filme do diretor Christopher Nolan, teve seu lançamento adiado indefinidamente pela Warner Bros, produtora e distribuidora do longa. Embora o novo adiamento também tenha sido feito para proteger as pessoas do coronavírus, todos os envolvidos têm interesse na decisão, pois o filme deve faturar US$ 800 milhões para “igualar” o investimento no filme. Contando os custos de produção e promoção do filme, foram investidos US$ 400 milhões.

Richard Gelfond, CEO da IMAX Corporation, chegou a dizer em entrevista que “não há ninguém na América que está se esforçando tanto quanto Chris Nolan para reabrir os cinemas e lançar seu filme”. Mas qual é a motivação do diretor por trás de tanto esforço? Por qual motivo o adiamento de Tenet é tão importante para a indústria neste momento?

Visão artística e lucros do diretor

Sem dúvidas, Nolan é um dos diretores mais bem sucedidos e lucrativos do cinema moderno – juntos, dez de seus filmes arrecadaram mais de US$ 4,7 bilhões. Contudo, muito além de cifras, o diretor é extremamente comprometido com sua visão artística. Mesmo em filmes repletos de efeitos como Interstellar e O Cavaleiro das Trevas, Nolan sempre optou pela mínima utilização possível de computação gráfica.

Com essa estética forte (e a bela construção sonora de seus filmes), não é difícil de pensar que Christopher Nolan quer que seu público veja Tenet em uma tela gigante com ótimo sistema de som. Fora tal questão, segundo informações extraoficiais, Christopher Nolan terá direito a cerca de 20% dos lucros resultantes da bilheteria inicial do filme. Por isso, o lançamento do filme em um período de ‘normalidade’ pós-epidemia seria mais rentável ao bolso do diretor britânico. 

Lançar digitalmente é uma opção?

Com a ascensão das plataformas de streaming, lançar um filme apenas em formato digital já se mostra uma opção totalmente possível dentro da indústria cinematográfica. Diretores como Martin Scorsese e Noah Baumbach já focaram o lançamento de trabalhos bem-sucedidos apenas no Netflix. Porém, em termos de lucro, existe um problema básico no lançamento em formato digital.

Geralmente, o sucesso de longa-metragens em serviços como Netflix é medido pela quantidade de vezes que o filme foi assistido, porém o dinheiro levantado pela plataforma não vem do número de streams, mas sim do número de assinantes do serviço. Já em um cinema, o lucro vem da quantidade de ingressos vendidos – dado que pode ser enxergado como ‘vezes assistidas’.

Nos Estados Unidos, a assinatura da Netflix custa, no mínimo, US$ 8,99 e um ingresso para cinema sai por, em média, US$9,16. Ou seja, um lançamento digital de Tenet não traria para Nolan e a Warner Bros o mesmo lucro de uma estréia tradicional.

Fora a questão de lucro dos envolvidos na produção, o lançamento de um filme desse porte pode alavancar a venda de ingressos da maioria dos cinemas que foram afetados economicamente pela pandemia do COVID-19.

Sobre Tenet

O novo filme de Christopher Nolan talvez seja um dos mais ambiciosos de toda sua carreira. Com uma sinopse misteriosa, o longa é um projeto antigo do diretor britânico. Além de debater as ideias centrais do filme por quase uma década, Nolan levou mais de cinco anos para escrever o roteiro final. 

A história mostrará a missão de uma organização chamada Tenet em evitar o acontecimento da Terceira Guerra Mundial. A co-produção entre o Reino Unido e os Estados Unidos contará com um elenco estelar: John David Washington (Infiltrado na Klan), Robert Pattinson (O Farol) e Elizabeth Debicki (O Grande Gatsby) são algumas das presenças confirmadas.

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